Reciclagem de entulhos da construção civil é cobrada na Tribuna Livre

por Assessoria Comunicação publicado 21/05/2014 17h05, última modificação 23/09/2021 10h13
A convite do vereador Felipe Braga Côrtes (PSDB), a Tribuna Livre desta quarta-feira (21) recebeu representantes da Associação das Empresas Paranaenses dos Resíduos Sólidos da Construção Civil (Aemparcc). O presidente da entidade, Adilson Penteado, alertou ao descumprimento da lei nº 11.682/2006, que institui o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil em Curitiba (Promger), e do decreto 852/2007, referente à utilização desses materiais nas obras de pavimentação da cidade.

“O assunto é pertinente à sustentabilidade. Já faz sete anos que a lei entrou em vigor e é necessário retomar o debate. A coleta dos resíduos de obras despejados ilegalmente causa, além de danos ao meio ambiente, custos ao Executivo”, disse Braga Côrtes. Para incentivo à prática, o parlamentar defendeu a criação de um certificado à construtora que aderir aos produtos reciclados, além de sua utilização nas obras da administração municipal. (Com sonora)

“Viemos buscar o cumprimento da legislação. Os materiais gerados a partir da reciclagem dos resíduos da construção civil têm o preço e a qualidade competitivos”, declarou Penteado. Ele citou como exemplo para o uso desses produtos, além da pavimentação, os contrapisos, rebocos, muros e calçadas. “O lixo das obras gera despesas à Prefeitura de Curitiba. Alguém já se perguntou qual o destino dos entulhos?”, complementou. (Com sonora)

O diretor de Comunicação da associação, Carlos Henrique Machado, afirmou que entre 150 e 200 caçambas, das 1,5 mil geradas diariamente, são encaminhadas às usinas de reciclagem. “Estamos erguendo bairros sobre aterros clandestinos”, denunciou. O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Bruno Pessuti (PSC), sugeriu a discussão sobre a rastreabilidade das caçambas.

“O problema dos resíduos da construção é muito grave e ainda não recebeu a atenção necessária. Os materiais são despejados nas nascentes de rios e outras áreas de preservação”, apontou Pessuti, autor de projeto referente à sinalização das caçambas (005.00341.2013).

Penteado ainda relatou aos vereadores dificuldades para o licenciamento das usinas em Curitiba (há uma instituição na capital e quatro na Região Metropolitana): “A prefeitura prefere que o lixo seja reciclado ou jogado nas ruas e nos rios?”. Outro problema apresentado foi a “contaminação” do entulho com madeiras, amianto e outros materiais. “O aumento da demanda, tanto pela iniciativa privada quanto pelo Poder Público, baratearia os custos. Mas vamos pensar no que é mais barato não só financeiramente, mas também ecologicamente”, finalizou.

O presidente da Câmara de Curitiba, Paulo Salamuni (PV), e o presidente da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas, Jonny Stica (PT), convidaram a Aemparcc para a segunda audiência pública sobre a revisão do Plano Diretor, que discutirá o meio ambiente e a sustentabilidade. O evento ocorrerá às 14h desta quinta-feira (22) (leia mais).

Seminário

Por sugestão do líder do prefeito, Pedro Paulo (PT), a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável promoverá um seminário para aprofundar o debate referente à reciclagem dos resíduos da construção civil. O evento deve reunir representantes das usinas, as secretarias municipais de Obras e do Meio Ambiente, empresas da construção civil e de locação de caçambas para entulho.

“Os vereadores recebem, diariamente, pedidos para a limpeza de caliça. A Secretaria do Meio Ambiente já adiantou que lançará uma cartilha com orientações à população”, disse Pedro Paulo. Também participaram da Tribuna Livre os vereadores Toninho da Farmácia (PP), Noemia Rocha (PMDB) e Valdemir Soares (PRB).