Readequação da UPA Pinheirinho gera novo debate em plenário

por Assessoria Comunicação publicado 24/10/2018 13h50, última modificação 29/10/2021 08h32

Nesta quarta-feira (24), os vereadores se manifestaram no plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) a readequação da UPA (Unidade de Pronto Atendimento)  Pinheirinho para um Centro de Estabilização Psiquiátrica. O anúncio feito pela prefeitura já havia sido debatido na sessão desta terça-feira (23). Tico Kuzma (Pros) e Oscalino do Povo (Pode) puxaram a discussão de hoje, ao comentarem sobre terem participado de uma reunião realizada ontem no Conselho Distrital de Saúde do Pinheirinho.Kuzma destacou que parlamentares e membros do Conselho ficaram sabendo da mudança pela imprensa local. “Ninguém é contra a criação de uma unidade psiquiátrica, mas a comunidade do Pinheirinho e dos demais bairros atendidos por esta UPA não desejam a readequação. Mesmo que o atendimento seja menor do que em outras unidades, vidas são salvas na UPA do Pinheirinho”, defendeu. O vereador lembrou que, nesta reunião, foram sugeridos outros locais para o Centro de Estabilização Psiquiátrica, como o Laboratório Municipal do Parolin. “Não se trata de ser base ou oposição, mas de um posicionamento favorável ao não fechamento da unidade”, complementou.Oscalino do Povo também concordou que o futuro centro psiquiátrico seja instalado, mas não nas dependências da UPA Pinheirinho, e reiterou a sugestão de Tico Kuzma para que o equipamento seja instalado no Parolin. “Jamais a UPA do Pinheirinho deve ser fechada”. Ele informou, ainda, que o Hospital San Julian convidou os vereadores para que façam uma visita à instituição, que tem de 50 a 60 vagas ociosas para pacientes com distúrbios mentais. “Só precisamos entrar em entendimento com o Estado”, observou.

Marcos Vieira (PDT) ressaltou que tem consciência dos problemas que envolvem o tratamento da saúde mental em Curitiba, mas que não é possível “vestir um santo e desvestir outro”. O parlamentar disse ter constatado a apreensão da comunidade em relação à adequação da UPA. Para ele, “a cidade não tem muitos espaços para a construção de equipamentos públicos, portanto não podemos permitir que sejam feitas permutas como essa”. Um exemplo resgatado pelo vereador é a mensagem 38 do prefeito Rafael Greca (projeto de lei 005.00131.2018), que tramita na CMC, e pede autorização para a permuta de um terreno público, no Sítio Cercado, com área total de 3.668,30 m², avaliada em R$ 1,93 milhão pela Comissão de Avaliação de Imóveis (CAI).

Para Noemia Rocha (MDB), que integra a Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte do Legislativo, o prefeito não estaria em posição de fazer uma gestão autoritária. “A população deve ser ouvida”, disse, ao ponderar que as pessoas têm, na UPA Pinheirinho, um respaldo para suas vidas. A vereadora enalteceu a Câmara Municipal que, segundo ela, está retomando um papel fundamental que é a representação da população. Toninho da Farmácia (PDT) fez um registro de que, há dez anos, seu pai morreu porque uma UPA estava fechada para reformas.