Questão do lixo é tema de novo debate
A bancada de oposição da Câmara Municipal de Curitiba realizou, na tarde desta quinta-feira (23), reunião pública para discutir a coleta e destinação do lixo em Curitiba e região metropolitana. “Na última semana, tivemos uma discussão sobre o problema do Aterro do Caximba no plenário, com a presença do secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto. Mas esse debate não pode ficar restrito. É preciso estendê-lo aos demais interessados e à sociedade”, explicou a líder da bancada, vereadora Noemia Rocha (PMDB). Participaram do encontro moradores da Caximba, associações de moradores, vereadores da região metropolitana, representantes de ONGs e o Fórum Lixo e Cidadania. Os vereadores oposicionistas informaram que entregarão, na próxima semana, um relatório minucioso do debate para o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos, para prefeituras e câmaras de toda a região metropolitana e para o Ministério Público.
Durante a reunião, o presidente da ONG Aliança para o Desenvolvimento Comunitário da Caximba (Adecom), Jadir de Lima, apresentou fotografias e vídeos que mostram irregularidades na gestão do atual aterro, como dejetos a céu aberto e excesso de produção de chorume, e reiterou que a população local não irá aceitar mais uma prorrogação de sua licença. “Também não queremos o novo projeto implantado lá. Convivemos há 25 anos com o problema e não aceitamos continuar assim”, disse.
Para a vereadora Professora Josete (PT), “é dever do Estado garantir aos moradores das áreas que podem vir a receber o aterro as melhores soluções para o tratamento do lixo.” O vereador Algaci Túlio (PMDB) afirmou que a atual a administração da cidade “parece não querer mais se debruçar sobre o tema.” “Há quanto tempo não vemos mais uma campanha séria de separação de lixo?”, indagou.
Para o vereador Jonny Stica, (PT), o diálogo é urgente, “dada a demora da prefeitura em realizar a licitação para escolha da empresa que irá operar o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos e à proximidade do fim do prazo de utilização do Caximba.” Segundo ele, “não estamos conseguindo progredir nesse assunto. A licitação não sai do papel e cresce a insatisfação popular nas cidades que podem receber o aterro, o que, além de dificultar a escolha, contribui para manchar ainda mais a imagem de cidade ecológica de Curitiba.”
IAP
O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, também mostrou preocupação com a demora na licitação. “Vale lembrar que o término desse trâmite não garante a operação imediata do novo aterro e nem da usina de processamento. A licitação será feita com uma licença ambiental provisória, que garante a escolha da tecnologia a ser empregada. Após essa fase, será preciso realizar um novo estudo de impacto ambiental para uma nova licença, o que só acontecerá depois de pelo menos alguns meses”, afirmou Burko, garantindo que o órgão não aceitará pressões para acelerar esse trabalho. Burko disse ainda que não vai permitir uma ampliação do Aterro da Caximba. Duas áreas, em Fazenda Rio Grande e no próprio bairro da Caximba, em Curitiba, já receberam licença prévia do IAP. Porém, o novo sistema só vai ser implementado depois que a licitação estiver concluída.
A coordenadora de resíduos sólidos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e secretária executiva do consórcio, Marilza de Oliveira Dias, presente ao debate, respondeu às perguntas de participantes e defendeu o novo sistema proposto pelo consórcio, que irá criar o Sipar (Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos). “É um novo paradigma, onde certamente teremos avanços”, afirmou. Contudo, admitiu que o processo certamente exigirá uma extensão do tempo de uso do Caximba.
Fazenda Rio Grande
Os vereadores de Fazenda Rio Grande, também presentes na reunião desta quinta, defenderam lei proibindo o lixo de outros municípios. De acordo com a vereadora Lirani Franco (PT), o objetivo é que o município seja responsável pelo próprio lixo. Fazenda Rio Grande pretende fazer um plebiscito para que a população decida se o município deve ou não receber resíduos de outras cidades.
Novo modelo
Durante o debate, o diretor comercial da Sanepar, Natálio Stica, afirmou que a estatal já havia se comprometido a operar o consórcio anteriormente. “A Sanepar tem uma gerência de resíduos sólidos e opera o aterro sanitário em Cianorte, que é um modelo para todo o Paraná. O local está dentro de todos os padrões internacionais de segurança e não tem nenhum tipo de lançamento de chorume para o lençol freático ou para os rios”, contou o diretor.
Segundo ele, caso a Sanepar operasse o consórcio, seria feito num preço por tonelada bem abaixo do determinado pelo edital atual. “Para alguns, o lixo virou um bom negócio e isso não pode ser resolvido sob a ótica do lucro. Gostaríamos de poder tratar o lixo em parceria com Curitiba e com cada município, num novo modelo, apostando em compostagem local e na integração dos catadores de recicláveis”, apontou.
Encaminhamentos
"A situação é preocupante e se torna, dia após dia, mais grave. Daí a importância de um debate amplo, que envolva os municípios da região metropolitana", disse o vice-líder da bancada do PT, vereador Pedro Paulo. A bancada de oposição irá acompanhar outros debates sobre o tema e o processo de licitação em curso. Além deste encaminhamento , o vereador Pedro Paulo informou que, em poucos dias, a bancada deve divulgar um documento que reflita todas as posições, críticas e sugestões deste debate a ser enviado para o consórcio, Ministério Público e demais órgãos envolvidos.
Durante a reunião, o presidente da ONG Aliança para o Desenvolvimento Comunitário da Caximba (Adecom), Jadir de Lima, apresentou fotografias e vídeos que mostram irregularidades na gestão do atual aterro, como dejetos a céu aberto e excesso de produção de chorume, e reiterou que a população local não irá aceitar mais uma prorrogação de sua licença. “Também não queremos o novo projeto implantado lá. Convivemos há 25 anos com o problema e não aceitamos continuar assim”, disse.
Para a vereadora Professora Josete (PT), “é dever do Estado garantir aos moradores das áreas que podem vir a receber o aterro as melhores soluções para o tratamento do lixo.” O vereador Algaci Túlio (PMDB) afirmou que a atual a administração da cidade “parece não querer mais se debruçar sobre o tema.” “Há quanto tempo não vemos mais uma campanha séria de separação de lixo?”, indagou.
Para o vereador Jonny Stica, (PT), o diálogo é urgente, “dada a demora da prefeitura em realizar a licitação para escolha da empresa que irá operar o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos e à proximidade do fim do prazo de utilização do Caximba.” Segundo ele, “não estamos conseguindo progredir nesse assunto. A licitação não sai do papel e cresce a insatisfação popular nas cidades que podem receber o aterro, o que, além de dificultar a escolha, contribui para manchar ainda mais a imagem de cidade ecológica de Curitiba.”
IAP
O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, também mostrou preocupação com a demora na licitação. “Vale lembrar que o término desse trâmite não garante a operação imediata do novo aterro e nem da usina de processamento. A licitação será feita com uma licença ambiental provisória, que garante a escolha da tecnologia a ser empregada. Após essa fase, será preciso realizar um novo estudo de impacto ambiental para uma nova licença, o que só acontecerá depois de pelo menos alguns meses”, afirmou Burko, garantindo que o órgão não aceitará pressões para acelerar esse trabalho. Burko disse ainda que não vai permitir uma ampliação do Aterro da Caximba. Duas áreas, em Fazenda Rio Grande e no próprio bairro da Caximba, em Curitiba, já receberam licença prévia do IAP. Porém, o novo sistema só vai ser implementado depois que a licitação estiver concluída.
A coordenadora de resíduos sólidos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e secretária executiva do consórcio, Marilza de Oliveira Dias, presente ao debate, respondeu às perguntas de participantes e defendeu o novo sistema proposto pelo consórcio, que irá criar o Sipar (Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos). “É um novo paradigma, onde certamente teremos avanços”, afirmou. Contudo, admitiu que o processo certamente exigirá uma extensão do tempo de uso do Caximba.
Fazenda Rio Grande
Os vereadores de Fazenda Rio Grande, também presentes na reunião desta quinta, defenderam lei proibindo o lixo de outros municípios. De acordo com a vereadora Lirani Franco (PT), o objetivo é que o município seja responsável pelo próprio lixo. Fazenda Rio Grande pretende fazer um plebiscito para que a população decida se o município deve ou não receber resíduos de outras cidades.
Novo modelo
Durante o debate, o diretor comercial da Sanepar, Natálio Stica, afirmou que a estatal já havia se comprometido a operar o consórcio anteriormente. “A Sanepar tem uma gerência de resíduos sólidos e opera o aterro sanitário em Cianorte, que é um modelo para todo o Paraná. O local está dentro de todos os padrões internacionais de segurança e não tem nenhum tipo de lançamento de chorume para o lençol freático ou para os rios”, contou o diretor.
Segundo ele, caso a Sanepar operasse o consórcio, seria feito num preço por tonelada bem abaixo do determinado pelo edital atual. “Para alguns, o lixo virou um bom negócio e isso não pode ser resolvido sob a ótica do lucro. Gostaríamos de poder tratar o lixo em parceria com Curitiba e com cada município, num novo modelo, apostando em compostagem local e na integração dos catadores de recicláveis”, apontou.
Encaminhamentos
"A situação é preocupante e se torna, dia após dia, mais grave. Daí a importância de um debate amplo, que envolva os municípios da região metropolitana", disse o vice-líder da bancada do PT, vereador Pedro Paulo. A bancada de oposição irá acompanhar outros debates sobre o tema e o processo de licitação em curso. Além deste encaminhamento , o vereador Pedro Paulo informou que, em poucos dias, a bancada deve divulgar um documento que reflita todas as posições, críticas e sugestões deste debate a ser enviado para o consórcio, Ministério Público e demais órgãos envolvidos.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba