Purae chama a atenção em fórum de gestão ambiental

por Assessoria Comunicação publicado 20/09/2006 17h15, última modificação 11/06/2021 08h38
O Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações (Purae), criado por lei de autoria do presidente da Câmara de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), já em vigor na capital paranaense, vem chamando a atenção no País. Neste mês, o parlamentar proferiu palestra na Câmara dos Deputados, em Brasília, no II Fórum de Gestão Ambiental na Administração Pública, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Eco Câmara e Rede A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública). O evento, com participantes de diversos Estados, debateu a viabilização de políticas de gestão ambiental para a administração pública, casos de implementação de programas sobre redução do consumo de energia, água e bens materiais, além de troca de experiências entre órgãos públicos.
Os exemplos de economia mostrados por Derosso causaram grande interesse, entre eles o do primeiro edifício construído conforme as determinações da lei, o Hotel Ibis, em Curitiba, cujo consumo de água total, incluindo chuveiro, lavatório e descarga sanitária, teve uma redução de 49%. E o custo para implantação do sistema de reuso é de apenas 0,7% do valor de cada apartamento, investimento recuperado em 18 meses. O presidente da Câmara também demonstrou que é possível implantar o sistema em casas comuns, uma delas já em construção na cidade, com economia ainda maior, de 80%.
Legislação
A adoção de medidas de preservação, uso racional e utilização de fontes alternativas para captação de água nas novas edificações previstas na lei valem para a aprovação de projetos de novas edificações, inclusive habitações de interesse social, que deverão adotar aparelhos e dispositivos economizadores, como bacias sanitárias de volume reduzido de água, chuveiros e lavatórios de volumes fixos de descarga e torneiras dotadas de arejadores. Nos condomínios, além destes dispositivos, deverão ser instalados hidrômetros, para medição individualizada do volume de água gasto por unidade, o que proporciona também o benefício de uma conta diferenciada.
A lei prevê, ainda, a captação da água das chuvas na cobertura dos prédios e armazenamento numa cisterna ou tanque, para a utilização em atividades que não requeiram o uso de água tratada proveniente da rede pública de abastecimento, como lavagem de roupa, veículos, vidros, calçadas e pisos, assim como rega de jardins e hortas.
Palestras
O ciclo de palestras do evento foi realizado no Auditório Nereu Ramos. Na abertura estavam Cláudio Langone, secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente; Gilney Viana, secretário de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do MMA; Sérgio Contreiras de Almeida Sampaio, diretor-geral da Câmara dos Deputados, e Marcos Sorrentino, diretor de Educação Ambiental, também do MMA.
Além de Derosso, proferiram palestras, entre outros, a coordenadora geral de Educação Ambiental do MEC, Rachel Trajber, que abordou o Programa Institucional de Gestão Ambiental do Ministério da Educação; Celso Schenkel, coordenador de Ciências e Meio Ambiente da Unesco no Brasil, sobre a década da ONU da educação para o desenvolvimento sustentável; Romilson Rodrigues Pereira, da Secretaria Adjunta de Fiscalização do Tribunal de Contas da União, sobre o Projeto TCU Sustentável, e Érico Porto Filho, da vice-reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina, que falou a respeito da implantação da A3P naquela instituição de ensino.