Proposto Programa Casa Ecológica Popular
Curitiba deverá ganhar o Programa Casa Ecológica Popular (Caep), que terá, entre outros objetivos, diminuir o curso das habitações destinadas às pessoas de baixa renda, construídas através de programas habitacionais de interesse social. A proposta, em tramitação na Câmara, é do vereador João Cláudio Derosso, presidente da Casa, e prevê a utilização de tijolos tipo "solo-cimento" na construção destas moradias. "Solo-cimento" é o tijolo que tem como matéria-prima solo, água e cimento ou solo, água cimento e cal, produzido por prensagem, sem necessidade de "queima", explica o parlamentar.
A determinação valerá para moradias construídas por pessoas jurídicas, através de programas habitacionais gerenciados pela Cohab, ou pelos próprios adquirentes de lotes oriundos de loteamentos de interesse social e terceiros que venham a contratar. A administração municipal atuará na capacitação de pessoal destinado a disseminar a tecnologia da fabricação e utilização do tijolo "solo-cimento" para empresas ou particulares que atuem no ramo da construção civil em Curitiba. Deverá, ainda, promover, diretamente ou em parceria com organizações sociais sem fins lucrativos, curso de capacitação para fabricação ou construção com o emprego desta tecnologia à população interessada.
Além de diminuir o custo, a proposta pretende fomentar a utilização do tijolo "solo-cimento" em obras e edificações, diminuir a poluição ambiental oriunda da queima de tijolos convencionais e a geração de resíduos da construção civil, gerar novos meios de obtenção de renda e ainda colaborar com a preservação e aumento da vegetação arbórea da cidade. Após 180 dias da entrada em vigor da lei, na qualidade de gerenciadora dos programas habitacionais de interesse social, a Cohab somente poderá aprovar empreendimentos construídos em conformidade com as novas normas.
"A técnica de "solo-cimento" foi desenvolvida pelo professor Francisco Casanova, da Coppe/UFRJ, e pode diminuir o custo de uma casa em até 50%, além de reduzir o tempo de construção e cumprir as normas de proteção ecológica", afirma Derosso, exemplificando que, para a queima de mil tijolos convencionais, são necessárias 12 árvores de porte médio ou 750 litros de óleo.
A proposta do professor carioca já foi apresentada em reunião anual da Unesco, em Paris, e reconhecida pelos mais de 1.400 presentes, pelos inúmeros benefícios à população de baixa renda.
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