Proposta combate o aquecimento global

por Assessoria Comunicação publicado 12/09/2007 16h30, última modificação 17/06/2021 09h52
"A temperatura média do planeta subiu 0,7°C no último século e nos próximos 100 anos aumentará entre 1,4ºC e 5,8°C." A afirmação é dos vereadores Aladim Luciano (PV) e João Cláudio Derosso (PSDB), presidente da Câmara de Curitiba. Os parlamentares apresentaram projeto que institui a política municipal de combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas, torna obrigatório o uso de sistemas e procedimentos que visam a eficiência energética dos imóveis e cria incentivos. "O objetivo é contribuir para o restabelecimento do equilíbrio climático e da sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações de curitibanos”, afirmam.
No dia 15 de maio deste ano, o prefeito Beto Richa representou Curitiba no Cities Climate Leadership Group, em Nova Iorque, e afirmou que “os governos municipais podem ter um importante papel para garantir o desenvolvimento de novas tecnologias ligadas à redução de gases poluentes”. Para Aladim, Richa tem razão e as cidades cumprirão função extremamente relevante, pois, “para mudar globalmente, é preciso agir localmente”.
Segundo os parlamentares, se a temperatura continuar subindo gradativamente, cerca de um terço das espécies animais e plantas do planeta será extinta. Além disso, a escassez de água irá aumentar e “será sentida com mais intensidade nos países em desenvolvimento, que apresentam infra-estrutura hidráulica menos robusta comparada a dos países desenvolvidos, o que leva a um risco de desabastecimento maior”.
No Brasil, o aquecimento global poderá afetar a disponibilidade de energia, devido à dependência brasileira da fonte hídrica. Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) mostram que 25% das águas do País estão armazenadas em reservatórios para geração de energia elétrica, representando 70,28% de toda energia gerada através das 116 usinas hidrelétricas existentes. Fontes alternativas como a biomassa, os ventos e o sol representam juntas apenas 11,38% da matriz energética nacional.
Vantagens
De acordo com o documento, a proposta será implementada por meio de incentivo às práticas sustentáveis e pela obrigatoriedade de utilização de equipamentos de eficiência energética que visam o uso racional da energia e da água em edificações da capital. Os proprietários poderão recolher de modo diferido o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) relativo ao ano fiscal em que foi instalado o equipamento e nos cinco anos seguintes ao da instalação.
As vantagens da utilização, segundo dados da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), de equipamentos como ar condicionado eficiente, bombas de calor e coletores solares são expressivas. Esses equipamentos são capazes de substituir o uso doméstico de combustíveis fósseis e diminuir o consumo doméstico de energia elétrica em até 70%. “Os aquecedores solares podem substituir os chuveiros elétricos que consomem quase 8% de toda energia elétrica produzida no Brasil e são responsáveis por 20% do pico de consumo do sistema elétrico”, informa Aladim, salientando que “cada metro quadrado de coletor solar instalado pode evitar a inundação de 56 m² de terras férteis usadas na construção de novas usinas hidrelétricas, que poderiam ser usadas para fins agrícolas. Também pode economizar anualmente 55 kg de gás natural, 66 litros de diesel ou 215 kg de lenha”.