Projeto trata da preservação das ruas de paralelepípedos de Curitiba

por Assessoria Comunicação publicado 17/05/2018 09h00, última modificação 27/10/2021 07h15
Proposta de lei em tramitação na Câmara de Curitiba institui tratamento diferenciado às vias da cidade pavimentadas com paralelepípedos. De iniciativa do vereador Goura (PDT), o projeto diz que o Executivo promoverá a preservação e a conservação dessas ruas, assim como a divulgação de sua história (005.00064.2018). A matéria aponta que eventuais obras de recuperação ou substituição das vias de paralelepípedos devem ser justificadas em parecer que leve em conta sua idade, histórico, impacto patrimonial, cultural e urbanístico.  

Na justificativa, o parlamentar indica uma ação judicial contra a substituição de  paralelepípedos. Segundo ele, em 2015 o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) impediu o recapeamento de ruas do Centro Histórico de Ouro Preto, com o argumento que o asfalto geraria “descaracterização do conjunto urbano” daquela cidade.

“A história do desenvolvimento urbano da capital do Paraná passa necessariamente pela pavimentação em paralelepípedos das principais ruas que formaram o Centro da cidade. Conforme o boletim "Os Caminhos da Pavimentação", escrito em 1974 por Rafael Greca, a "verdadeira urbanização" ocorre no início do século 20 com a pavimentação de ruas como Marechal Deodoro, Sete de Setembro, Desembargador Mota, Padre Agostinho, Manoel Ribas, Silva Jardim e João Negrão”, afirma Goura.

“Somos insistentemente bombardeados com o ideal, extremamente ultrapassado, de que asfalto corresponde a progresso, mas se deve reforçar que asfalto não é sinônimo de infraestrutura urbana”, completa o vereador. O autor do projeto também defende vantagens da pavimentação com paralelepípedos: processo mais simples de manutenção, sujeito basicamente à recolocação das pedras; moderação da velocidade dos veículos; atmosfera mais agradável às ruas, com a promoção da qualidade de vida; menor impacto ambiental da matéria-prima, a pedra, em comparação ao concreto; dispersão do calor; melhor drenagem do solo; e proliferação, nos vãos, de espécies vegetais.

Tramitação

Protocolado em 14 de maio, o projeto começou a tramitar oficialmente no dia 15, com a leitura no pequeno expediente da sessão plenária. A matéria primeiramente receberá uma instrução técnica da Procuradoria Jurídica da Casa e depois seguirá para as comissões temáticas. Durante a análise dos colegiados do Legislativo, podem ser solicitados estudos adicionais, juntada de documentos faltantes, revisões no texto ou o posicionamento de outros órgãos públicos afetados por seu teor. Depois de passar pelas comissões, a proposição poderá seguir para o plenário e, se aprovada, para a sanção do prefeito para virar lei.