Na manhã desta quarta-feira (20), a Tribuna Livre foi ocupada por Claudio Oliver, coordenador da Casa da Videira. Ele veio à Câmara para falar de agricultura urbana, a convite do vereador Goura (PDT). Para o parlamentar, a questão envolve aspectos relevantes para a vida em sociedade, como a soberania alimentar. “A tendência mundial é a produção de alimentos em espaços urbanos.”

Goura destacou que a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável apresentou um projeto (005.00380.2017) de agricultura urbana “que passou pelo crivo da sociedade civil e do Executivo”. “O intuito é que o projeto não bata na trave em função do jogo político”, frisou Goura.

Claudio Oliver disse que acompanhou os debates em torno do projeto de agricultura urbana proposto pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. “Toda discussão tem um ponto comum entre seus participantes e no caso desse projeto, foi a saudade de uma Curitiba que já não existe mais.” Ele mostrou três fotos aéreas: uma da cidade de São Paulo, outra de Campinas e outra de Curitiba, e afirmou que as três imagens lembram fotos de “necroses”. “Sempre há uma mancha cinza característica de todas as cidades modernas.”

“Durante os anos 80”, comentou Oliver, “falava-se muito em sustentabilidade, mas o conceito presume sustentar aquilo que está vigente. Devemos desafiar esse conceito e, nesse sentido, a ONU propôs a ideia de cidade regenerativa”. Para o agricultor, qualquer roça indígena produz mais do que 1 hectare do agronegócio. “De 45 mil produtos em exposição num supermercado, 1/3 é milho e 2/3 se dividem somente entre batata, arroz e trigo. Lembrando que nenhuma cidade do mundo tem estoque superior a 72 horas.”

Oliver defendeu o projeto de lei proposto pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que define e tira da clandestinidade as atividades de agricultura urbana, como é o caso das hortas. “Essa proposição foi fruto de um diálogo no sentido de se criar um verdadeiro ecossistema.”