Projeto prevê venda de gases do lixão e aterros

por Assessoria Comunicação publicado 16/08/2006 17h50, última modificação 11/06/2021 07h14
Projeto em apreciação na Câmara de Curitiba prevê a exploração dos gases produzidos em lixões e aterros sanitários urbanos. A proposta, do vereador Roberto Hinça, é que a Prefeitura explore ou selecione empresas para comercializar o produto, visando lucro em benefício da coletividade e atendendo ao necessário controle ambiental com a redução da emissão dos gases responsáveis pelo processo de aquecimento global.
“O lucro deve ser revertido à coletividade, reservando o mínimo de 20% para a infra-estrutura da comunidade próxima daqueles locais. Em caso de exploração concedida a empresas particulares, o mesmo patamar do lucro deve ser reservado ao Poder Executivo municipal”, analisa. No documento, o parlamentar destaca que “todas as pessoas que tiram o sustento dos lixões e aterros sanitários deverão ser cadastradas pela Prefeitura para serem aproveitadas como trabalhadores regulares no novo empreendimento, reciclagem do material ou na limpeza urbana, até com a possibilidade de assinarem contrato com as empresas responsáveis pela exploração dos gases”.
Preocupação
Segundo Hinça, o projeto prevê, ainda, o lançamento dos chamados créditos de carbono (Redução Certificada de Emissão) no mercado financeiro nacional ou mundial, visando a obtenção de reconhecimento público e lucratividade. “Uma das principais idéias desta proposta é a de melhorar a gestão municipal dos resíduos sólidos, porque parte considerável desses gases vem de lixões e aterros sanitários, que todos querem longe de suas casas. Também há flagrante geração de empregos com dignidade para a coletividade”, diz.
Aponta, ainda, que “o processo lucra por poluir menos, ajudando o meio ambiente, além da possibilidade, com registro no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, de obter certificados de redução de emissão que poderão ser negociados no mercado financeiro global, podendo, inclusive, ser adquiridos por países industrializados que não conseguirem cumprir as metas de redução de poluentes previstas no Protocolo de Kyoto”.