Projeto prevê recuperação da permeabilidade do solo

por Assessoria Comunicação publicado 04/09/2009 17h20, última modificação 25/06/2021 10h05
O presidente da Câmara de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), propõe a criação de programa de recuperação e preservação da permeabilidade do solo na cidade. Pela sugestão, reformas, novas construções e obras de arruamento teriam que adotar tecnologias ambientalmente corretas de drenagem da água da chuva, sob pena de não obterem licenças da prefeitura. "São medidas para reduzir alagamentos e enchentes, facilitar o tratamento do esgoto e reduzir os gastos em saúde decorrentes de doenças de veiculação hídrica", afirma o vereador.
Com o crescimento das cidades, a construção de habitações e estradas tornou-se uma camada que isola o solo do contato com a água da chuva, dificultando o reabastecimento natural dos aquíferos. Todo esse volume é coletado pela rede pluvial, cuja capacidade de escoamento tem constante sobrecarga. "Melhorar a permeabilidade é diminuir a quantidade de água escoada pelo sistema de drenagem, reduzindo os sedimentos e poluentes na rede de esgoto para facilitar o seu tratamento. Isso é obtido com a criação de pontos de infiltração, onde a água da chuva penetra diretamente no solo, diminuindo as "ilhas de calor" e melhorando a qualidade de vida da população", explica Derosso.
Calçadas verdes
De acordo com o projeto de lei, estacionamentos descobertos, praças e pátios de estabelecimentos de ensino, ruas de pouco movimento de veículos, vias de circulação de pedestres em áreas de lazer e passeios públicos deveriam usar pisos especiais, com melhor capacidade de drenagem. A pavimentação de vias públicas seria feita com materiais porosos, resultantes do beneficiamento de resíduos da construção civil ou da reciclagem de pneus.
A iniciativa privada e o poder público, além de observar as regras do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano) ao construír calçadas ou passeios públicos, terá que prever em seus projetos a inclusão de calçadas verdes (canteiros sem pavimentação) em passeios com mais de 1,5 m, em sentido longitudinal à via, e no alinhamento do lote, se a calçada tiver largura superior a 2,40 m. Por substituírem o cimento por cobertura vegetal, as calçadas verdes não só contribuem com a absorção da água da chuva como também ajudam a manter a saúde das árvores, pois permitem melhor desenvolvimento das raízes.