Projeto leva capoeira às escolas e valoriza cultura afro-brasileira

por Assessoria Comunicação publicado 02/08/2007 18h35, última modificação 17/06/2021 07h59
Na data em que se comemora o Dia Nacional do Capoeirista, 3 de agosto, o vereador Mestre Déa (sem partido) destaca projeto de lei de sua autoria para garantir a inclusão do ensino da capoeira na disciplina de educação física, nas escolas públicas da cidade. De acordo com o parlamentar, a proposta tem por objetivo garantir o cumprimento da lei federal 10.639/2003, que prevê a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira no ensino médio e fundamental.
“Desde a aprovação desta lei, muito pouca coisa foi feita pela valorização da figura do negro e sua origem nos materiais pedagógicos. O debate não saiu do papel”, destaca Mestre Déa. Para ele, a inclusão da capoeira na disciplina de educação física pode contribuir para se corrigir este equívoco histórico, sem que seja necessária a aplicação de muitos recursos.
“Nossa experiência em trabalhos sociais tem mostrado o grande valor pedagógico da aplicação da capoeira nas escolas. Além dos inegáveis ganhos pela prática de uma atividade física, os estudantes aprendem a lidar com as diferenças, conhecem mais de nossas raízes afro-descendentes e acabam sendo fascinados por esta arte”, analisa o vereador.
A lei 10.639 está em fase de oficialização para que as universidades tenham uma disciplina que trate da história e da cultura afro-descendente em cursos de licenciatura. As escolas municipais e estaduais têm até este mês para adaptar os seus currículos para a nova lei. “A implantação da capoeira é algo diferente neste sentido. Ela garante a preservação das nossas heranças negras, mas o faz de forma atraente para os alunos”, diz Mestre Déa, sugerindo a interdisciplinaridade da capoeira com a educação física.
Por este motivo, também no dia 3 de agosto, o vereador Mestre Déa, apresenta projeto para criação do Dia Municipal da Capoeira, para que a data possa ser lembrada e comemorada em Curitiba. “A capoeira deixou de ser uma luta marginalizada para ser considerada uma alternativa educacional e é desta forma que devemos valorizar a capoeira, como uma ferramenta para construir cidadãos”, finaliza.
História
Praticada desde a época do Brasil Colônia e considerada uma arte genuinamente brasileira, a capoeira encontra adeptos hoje em mais de 130 países, de acordo com a Confederação Brasileira de Capoeira. Para administrar a capoeira hoje no País, existem atualmente 84 ligas regionais e municipais, 24 federações estaduais, uma confederação brasileira, além da Associação Brasileira de Árbitros e da Associação Brasileira de Capoeira para Portadores de Necessidades Especiais. No âmbito internacional, existe ainda a Federação Internacional de Capoeira (Fica), que coordena trabalhos das Federações Nacionais de Capoeira existentes no Canadá, Portugal, Argentina, França, dentre outros países.