Projeto cria Semana do Migrante em Curitiba

por Assessoria Comunicação publicado 04/08/2006 17h40, última modificação 10/06/2021 15h42
O vereador Tito Zeglin (PDT) propõe a criação da Semana do Migrante. O parlamentar sugere, em documento apresentado na Câmara de Curitiba, que a comemoração anual coincida com o dia 25 de junho (Dia Nacional do Migrante). De acordo com a proposta, a Semana deve ser incluída no calendário escolar e das atividades culturais e turísticas da cidade.
Segundo Zeglin, a idéia é chamar a atenção da sociedade e da igreja para a questão da migração. Em 1969, o Papa Paulo VI estabeleceu a celebração anual do Dia do Migrante, deixando a critério da igreja de cada país a escolha da melhor data para celebração. No Brasil, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) marcou a comemoração para o dia 25 de junho.
“A globalização disseminou a modernidade, a tecnologia e concentração do conhecimento, do capital e da riqueza no campo e na cidade. Este fenômeno trouxe o aumento da pobreza e da exclusão social da maioria dos paranaenses e tem provocado significativos fluxos migratórios de trabalhadores rurais, cuja necessidade de sobrevivência força-os à busca temporária de atividades agrícolas dentro e fora do próprio Estado e até mesmo em outros países”, explica o vereador, acrescentando que migrar já é um acontecimento que se incorporou na vida de quem é pobre.”
Êxodo
O vereador lembra, ainda, que o censo de 2000 do IBGE indica que, entre 1999 e 2000, as regiões Sudoeste e Central do Estado são as que mais sofrem com a evasão. Dos 288 municípios paranaenses com IDH inferior ao índice brasileiro, 163 apresentam evasão populacional e dos 9.404,912 habitantes do Paraná, apenas 1.905,253 vivem no campo. O êxodo rural nos últimos 30 anos foi maior que o nacional. “Quem migra sofre muitos desafios. O golpe costuma ser duro e profundo”, diz o parlamentar, acrescentando que também não podemos esquecer o resgate da história e da cultura dos migrantes, tanto em termos individuais, coletivos e comunitários, bem como a luta pelos dos seus direitos”, finaliza Zeglin.