Projeto cria política de atenção às pessoas com autismo

por Assessoria Comunicação publicado 30/07/2012 18h50, última modificação 02/09/2021 11h38
A Câmara de Curitiba analisa proposta que prevê a instituição de uma política de atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo. O projeto de lei determina que os autistas integrem um grupo exclusivo dentro das pessoas com deficiência e a implantação de ações de conscientização sobre a doença, além da formação de um núcleo específico para o Transtorno Espectro Autismo, dentro do núcleo de atenção às necessidades especiais da Secretaria Especial de Pessoas com Deficiência e na Secretaria Municipal de Educação.
A proposta estabelece que a Política Municipal de Atendimento às Pessoas com Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Autismo seja composta por oito diretrizes. Entre elas, a disponibilização de vagas na rede municipal de saúde para atendimento de crianças, o recenseamento das pessoas com transtornos e a criação de uma central de informação para atendimento.
Conforme justificativa, o projeto visa corrigir uma legislação desatualizada, firmando parâmetros para uma completa inclusão dos autistas ao meio social e de ensino, além de fazer com que pais ou responsáveis identifiquem a síndrome em seu estágio inicial, buscando o auxílio imediato do poder público.
O autismo
O autismo é uma disfunção que compromete o desenvolvimento normal de uma criança e se manifesta tipicamente antes do terceiro ano de vida, persistindo até a fase adulta. A síndrome é conhecida por lesar e diminuir o ritmo do desenvolvimento psiconeurológico, social e linguístico.
O transtorno é diagnosticado em cinco entre 10 mil crianças e é quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas. O autismo pode ser identificado em qualquer criança, independente de seu grupo racial, étnico, socioeconômico ou cultural.
Algumas das principais características dos autistas são dificuldade de relacionamento com outras crianças, pouco ou nenhum contato visual, aparente insensibilidade à dor, inapropriada fixação em objetos, perceptível hiperatividade ou extrema inatividade, insistência em repetição e resistência à mudança de rotina.
Tribuna Livre
O autismo já foi tema da Tribuna Livre da Câmara pela diretora do Centro Conviver de Atendimento Clínico Educacional, Luciene de Oliveira Vianna. A convidada ressaltou que o transtorno é uma desordem de comportamento, que pode ser atenuada ou, se não for tratada adequadamente, se agravar. “Apesar de o autismo não ter cura e nem ser comprovado através de exames clínicos, é importante que seja detectado nos primeiros anos de idade e acompanhado para que a criança, desde cedo, receba atenção especializada e atinja melhoras significativas”, ponderou.