Projeto busca conscientizar sobre violência doméstica em empresas de Curitiba

por Pietra Hara*, especial para a CMC — publicado 23/01/2025 08h57, última modificação 23/01/2025 08h57
Proposta torna obrigatória a realização de palestras semestrais sobre violência doméstica em empresas de Curitiba com mais de 50 funcionários.
Projeto busca conscientizar sobre violência doméstica em empresas de Curitiba

Projeto da vereadora Andressa Bianchessi busca obrigar a realização de palestras sobre violência doméstica em empresas com mais de 50 funcionários em Curitiba. (Foto: Canva)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) avalia, desde o dia 3 de janeiro, um projeto de lei que busca estabelecer a oferta de palestras sobre violência doméstica em empresas públicas e privadas de Curitiba. A vereadora Andressa Bianchessi (União), autora da iniciativa, ressalta, na justificativa da proposta, que essa ação promove um ambiente de trabalho mais justo e saudável, além de contribuir para o enfrentamento da problemática na cidade.

Vereadora Andressa Bianchessi

“A violência doméstica é um problema de enorme gravidade, afetando milhões de mulheres, e gerando consequências devastadoras tanto no âmbito pessoal quanto no profissional”, ressalta Bianchessi, na justificativa do projeto de lei (005.00009.2025). Segundo o documento, vítimas de violência doméstica, muitas vezes, não buscam ajuda por não saberem quais são os auxílios disponíveis para elas, trazendo a importância de palestras sobre a temática no ambiente de trabalho como uma alternativa para suprir esse problema.

Para a vereadora, as empresas “podem contribuir para a conscientização de seus funcionários, criando um ambiente de trabalho mais seguro e acolhedor para aqueles que possam estar enfrentando essa realidade”. A realização de palestras sobre violência doméstica no meio profissional “pode ser crucial para a identificação precoce e para o encaminhamento adequado das vítimas”, além de trazer melhorias na saúde mental e emocional dos trabalhadores e aumentar a produtividade, visto que a problemática impacta diretamente no desempenho pessoal, justifica o projeto de Andressa Bianchessi.

A proposta está alinhada com diversas políticas públicas já existentes, como a Lei Maria da Penha, que “reconhece a violência doméstica como um problema estrutural e exige o envolvimento de todos os setores da sociedade no combate a esse mal”, afirma Bianchessi. As palestras a serem desenvolvidas seriam oferecidas a todos os funcionários de empresas públicas e privadas de forma gratuita e realizadas semestralmente. As instituições podem contar com parcerias com universidades para o cumprimento da ação. O não cumprimento da iniciativa acarreta em consequências para as empresas, como notificações e pagamento de multas mensais. 

Se aprovado pelos vereadores da Câmara de Curitiba e sancionada pelo prefeito, o projeto de lei entra em vigor após sua publicação no Diário Oficial do Município (DOM).

Qual o caminho de um projeto de lei na Câmara de Curitiba?

O trâmite regimental de um novo projeto de lei começa com a leitura da súmula nova proposição durante o pequeno expediente de uma sessão plenária. A partir daí, o projeto segue para instrução da Procuradoria Jurídica (Projuris) e, na sequência, para a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se acatado, passa por avaliação de outros colegiados permanentes do Legislativo, indicados pela CCJ de acordo com o tema da proposta.

Durante a fase de tramitação, podem ser solicitados estudos adicionais, juntada de documentos, revisões no texto ou posicionamento de outros órgãos públicos a respeito do teor da iniciativa. Depois do parecer das comissões, a proposta se torna apta para votação em plenário, não tendo prazo regimental previsto para a tramitação completa. Caso seja aprovada, segue para a sanção do prefeito para virar lei. Se for vetada, cabe à Câmara dar a palavra final – se mantém o veto ou promulga a lei.

*Notícia elaborada pela estudante de Jornalismo Pietra Hara, especial para a CMC.
Supervisão do estágio: Michelle Stival
Edição: José Lázaro Jr
Revisão: Ricardo Marques