Proibição de yoga no Jardim Botânico repercute em plenário
A ação por parte de uma servidora da Prefeitura de Curitiba, que impediu a prática do Yoga no Parque, realizada no Jardim Botânico, no último sábado (21), por causa do impacto sobre a grama, foi criticada durante a sessão plenária desta segunda-feira (23), na Câmara Municipal. Primeiro vereador a se manifestar, o líder da oposição na Casa, Goura (PDT), chamou de “desrespeitosa” a postura da servidora com os participantes. Segundo o parlamentar, a atividade já ocorre no local há quatro anos e, como professor e praticante de yoga, Goura afirmou que a prática é “benéfica em diversos sentidos”.
O parlamentar ainda disse que há disparidade no tratamento em relação a diversas situações. Goura mostrou uma foto em que, segundo ele, havia centenas de pessoas pisando na grama durante uma apresentação de uma orquestra, neste final de semana, e que não coube medida do Executivo, mas que “acham que tem impacto as pessoas colocarem o seu tapetinho na grama”, pontuou. Ele criticou ainda a fala do prefeito, em uma rede social, de que ele (Rafael Greca) teria construído todos os parques da cidade. “Ele usa a primeira pessoa do singular”, afirmou. O líder da oposição mencionou também a resposta de Rafael Greca, que está em viagem oficial, que teria dito que “os praticantes devem ter local mais apropriado [para a prática do yoga] no Jardim Botânico”
Somando-se à Goura, Professora Josete (PT) disse que a administração municipal precisa “ter minimamente bom senso” em relação à utilização dos espaços públicos. “Não acredito que o uso da grama para yoga tenha impacto” e que “o espaço está sendo muito bem utilizado”, completou. Maria Leticia Fagundes (PV) defendeu que o grupo Yoga no Parque permaneça onde está, mas observou ser necessário pensar no uso dos parques e praças por outras entidades esportivas. A vereadora informou que será realizada uma audiência pública, na Câmara, junto da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) para tratar do assunto.
Em resposta às críticas, o líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB), reforçou que quem proibiu a prática do yoga no Jardim Botânico foi uma servidora do Município e não o prefeito. “Em gesto absoluto de humildade e serenidade, [o prefeito] pede desculpa ao povo curitibano”, disse. Ele frisou que o chefe do Executivo “determinou imediatamente” que a secretária de Meio Ambiente, Marilza, Dias recebesse o grupo, e afirmou pela continuidade das atividades no parque. “Não vejo motivo para polêmica, o ato nem foi dele”, completou. O vereador destacou ainda que a oposição utiliza-se de “detalhes” para criticar a gestão municipal. Em resposta à Goura, falou que o prefeito corrigiu sua fala, em outra rede social, e assumiu ter feito alguns dos parques da capital. “O prefeito, com uma capacidade quase que única, criou os parques, mas não todos”, finalizou.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba