Programa gera economia de R$ 100 mi, diz professor

por Assessoria Comunicação publicado 29/11/2006 20h35, última modificação 14/06/2021 10h32
“Aplicado na Universidade de São Paulo (USP) entre 1998 e 2005, o Programa de Uso Racional da Água (Pura) gerou redução de 44% no consumo, proporcionando uma economia R$ 100 milhões. O custo de implantação foi de R$ 11 milhões”. Os dados são do professor Orestes Gonçalves, um dos palestrantes desta quarta-feira (29), no seminário Águas Urbanas, promovido na Câmara de Curitiba, por iniciativa do presidente, vereador João Cláudio Derosso (PSDB). Segundo Gonçalves, a USP tem 19 mil pontos de utilização de água, o que representa um consumo de 137 mil m³ ao mês.
O professor também mostrou estudos feitos em residências de São Paulo, onde a economia de água chegou a 76% e o volume diminuiu 26%, equivalentes a R$ 3 milhões. “Isso se deve às novas tecnologias que proporcionam melhor aproveitamento da água. Um exemplo são os vasos sanitários. Cada aparelho gera uma redução de 40% no consumo das descargas, que resultam em até 15% no total de água utilizado numa residência”, explicou.
A água e o meio ambiente foi outro tema discutido. “Precisamos criar ações visando a conservação, a redução do consumo e o uso racional da água”, disse Gonçalves, acrescentando que “quando usamos água ‘de melhor qualidade’ é necessário se ter capacidade de tecnologia, mas principalmente capacidade de gestão”.
Reaproveitamento
O reaproveitamento da água também foi abordado pelo engenheiro Waldemir Kürten. O convidado apresentou os benefícios do investimento em projetos ecologicamente corretos e comentou ser uma boa oportunidade de negócio aos novos empreendedores. “Ao se elaborar um projeto visando a preservação do meio ambiente, tem-se um melhor aproveitamento técnico, maior consumo de materiais já existentes e, conseqüentemente, valor mais barato na obra”, esclareceu, acrescentando que, além disso, são necessários marketing, uma boa estrutura e um produto de qualidade.
Falou, ainda, sobre sistema de reaproveitamento das águas da chuva e do chuveiros que já vem sendo adotado em construções na cidade.
Preservação
A evolução da legislação sobre os recursos hídricos no País e a política de preservação adotada por Curitiba, em termos ambientais, foram detalhadas pela diretora do Departamento de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Dayse Senna. Segundo a geógrafa, a principal diretriz é não “engessar” os rios, quanto à canalização, associada à manutenção das áreas verdes. Informou que a cidade tem 30 unidades de conservação, entre parques e bosques, citando exemplos como o Barigüi, cuja criação serviu como medida de saneamento. Salientou, porém, que “toda política de preservação tem que ser acompanhada de ações na área habitacional, em função das ocupações irregulares”.
A “urbanização e a gestão das águas” foi o tema do arquiteto Cleon Ricardo dos Santos e “gestão dos recursos hídricos em Curitiba”, da bióloga Cláudia Regina Boscardin, coordenadora técnica de recursos hídricos da Secretaria do Meio Ambiente. O evento, que teve início nesta terça-feira (28), contou com a participação de vereadores, representantes de órgãos municipais e estaduais do setor, associações de moradores e conselhos comunitários, além de ONGs.