Programa de apoio a jovens tutelados avança na Câmara de Curitiba
Quatro propostas de lei que tramitam na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) foram aprovadas pela Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania, Segurança Pública e Minorias, na reunião ordinária dessa terça-feira (25). O destaque da pauta é a proposta para implementar o Programa de Apoio e Incentivo ao Desenvolvimento do Trabalho Educativo de Adolescentes e Jovens Internos, Órfãos e Abrigados (005.00132.2022).
De iniciativa de Serginho do Posto (União), o projeto de lei tem o objetivo de atender os adolescentes que são órfãos ou que estão abrigados para que entrem no mercado de trabalho. “E o poder público daria a primeira oportunidade, porque, quando eles chegam à maioridade, não têm a oportunidade mais de ter o apoio desse lar”, explicou o autor. “A ideia é [ofertar] o estágio. E é uma preferência, não é uma exclusividade".
O texto recebeu um substitutivo geral (031.00069.2022), a pedido dos órgãos técnicos da CMC, que mudou a redação do artigo 3º da norma, para ajustar o critério de seleção dos jovens que terão prioridade em vagas de estágio nos órgãos públicos do Município, tanto da Prefeitura de Curitiba e Câmara Municipal quanto da administração indireta. Foi suprimida a expressão “independente da idade”, a fim de garantir que o benefício seja dado aos adolescentes em idade escolar, e incluída a expressão “ensino médio regular” no mesmo artigo.
De acordo com o texto, o objetivo é a inclusão no mundo do trabalho de jovens sob a tutela do Estado. A atividade acontece no contraturno escolar e, além de ser remunerada, dará aos adolescentes experiência e capacitação profissional. Além da idade, a matrícula e a frequência comprovada em instituição de ensino serão requisitos para a participação no programa.
A relatoria favorável à proposta de Serginho do Posto foi de Bruno Pessuti (Pode). No parecer, o vereador destacou que a matéria visa atender menores em idade escolar, sem vínculo empregatício formal. “Ainda, será adotado o critério de renda familiar para comprovar sua condição de carência socioeconômica. Logo, em se tratando de um programa que visa à inclusão da população jovem brasileira de baixa renda, é oportuno que seja dado o regular trâmite ao projeto”, completa. Agora, a proposta segue para a análise da Comissão de Serviço Público.
Mais da pauta
O segundo item votado no colegiado de Direitos Humanos, e que também será encaminhado para Serviço Público, é a proposta de lei que regulamenta os chamados “Cabides Solidários”, que são espaços para que pessoas pendurem roupas para doação. De Professor Euler (MDB), o texto estabelece que os permissionários de bancas de revistas, se assim desejarem, disponibilizem até dois cabides em local visível, no qual não atrapalhem a circulação de pedestres (005.00120.2022). O voto pelo trâmite regimental foi de Sargento Tânia Guerreiro (União).
Já a iniciativa que pretende obrigar às agências bancárias a implantação de entrada alternativa à porta giratória detectora de metais e a retirada de desníveis do piso (005.00166.2022, com substitutivo geral 031.00003.2023) recebeu parecer favorável de Jornalista Márcio Barros (PSD). De Toninho da Farmácia (União), o texto tem o objetivo de promover a acessibilidade da pessoa com deficiência (PcD) e a mobilidade reduzida e, agora, está pronto para discussão na Comissão de Acessibilidade e Direitos da Pessoa com Deficiência.
Outro projeto que será enviado à Acessibilidade, com o aval de Direitos Humanos, é o de Pier Petruzziello (PP) que cria uma categoria para “atletas com deficiência” nas corridas de rua realizadas pelo poder público de Curitiba (005.00107.2022). O parecer pelo trâmite regimental é o do vereador Bruno Pessuti. “A possibilidade da participação de pessoas com deficiência também entra na percepção da socialização enquanto incluídos no convívio social, tornando mais independentes e seguras para as demais conquistas do dia a dia. É pela inclusão que se conquista a isonomia”, argumentou o relator.
A Comissão de Direitos Humanos
Compete ao colegiado de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania, Segurança Pública e Minorias as discussões relacionadas ao exercício dos direitos humanos, da cidadania, das minorias, da mulher, da criança e da pessoa idosa. O colegiado é presidido por Giorgia Prates – Mandata Preta (PT); e tem ainda Marcio Barros, na vice-presidência, Bruno Pessuti, Dalton Borba (PDT) e Sargento Tânia Guerreiro. As reuniões ordinárias do colegiado são quinzenais, às terças-feiras.
*Notícia revisada pelo estudante de Letras Brunno Abati
Supervisão do estágio: Alex Gruba
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba