Professor Matsuda se defende da perda de mandato
O vereador Professor Matsuda (PDT) usou a tribuna da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta terça-feira (6), para se defender da perda de seu mandato imposta pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). “O pretexto para se furar a fila soberana das urnas seria a alegação de que eu não me refiliei ao PDT. Esclareço que sou filiado ao PDT desde 22/11/2018”, disse Matsuda, ao ler na íntegra uma nota de esclarecimento. “Esse pedido de impugnação de minha filiação feito 4 meses depois e somente após a vaga de vereador ser aberta foi na prática um movimento de expulsão e de miudeza política”, classificou Matsuda.
“Como o próprio presidente Gustavo Fruet é testemunha, me refiliei ao PDT em sua presença no dia 22/11/2018, e 15 dias depois minha ficha de filiação foi comprovadamente inserida no sistema Filiaweb na versão intrapartidária. E por durante 4 meses ninguém questionou minha refiliação, período em que mantive várias reuniões com companheiros do PDT, inclusive participando da Convenção Municipal do Partido”, diz o texto, lido por ele.
Quarto meses foi o tempo entre a sua refiliação no partido, em novembro do ano passado segundo Mastuda, e a vacância de uma cadeira do PDT na Câmara de Curitiba. No fim de março, o primeiro suplente do partido Jonny Stica, que havia assumido a vaga deixada por Goura eleito deputado estadual, pediu licença para integrar o quadro da Fomento Paraná no governo do Estado. Segundo suplente do PDT, Matsuda tomou posse em 3 de abril (leia mais). O terceiro suplente é Dalton Borba.
“Somente quando o companheiro Jonny Stica se licenciou e ficou vaga sua cadeira, questionaram em uma reunião que a minha ficha na época não teria sido pregada na parede do Partido. Porém segundo o próprio presidente Gustavo Fruet, essa forma de publicidade da ficha nunca foi a prática partidária”, continuou Matsuda. A nota diz ainda que “com base nisso e sem a presença do Presidente Gustavo Fruet, a comissão provisória impugnou minha filiação. O Dep. Est. Goura elaborou um relatório alegando que por eu ter saído candidato a deputado estadual pelo PPL, deixei de somar votos ao partido.”
Refiliação
Professor Matsuda lembrou que ajudou a eleger Márcio Pacheco como deputado estadual, entretanto o PPL não atingiu a cláusula de barreira. Além da nota, Matsuda exibiu em plenário um vídeo publicado em sua página no Facebook em que conta como ocorreu a sua filiação ao PPL e o movimento de retorno ao PDT, além de constar depoimentos de advogados especializados em Direito Eleitoral.
“iniciamos então um movimento de conversas com alguns integrantes do PPL para se filiarem ao PDT. Por isso decidi retornar ao PDT, em contexto político de sua reorganização, incentivando também a vinda do meu honrado amigo Dep. Est. Márcio Pacheco eleito pelo PPL, aumentando em 50% a bancado do partido, ficando hoje com 3 deputados”, disse. Sobre a importância política, Matsuda destacou que “esse crescimento da bancada foi importante ao PDT, porque segundo o regimento da Assembleia Legislativa somente com três deputados é que os partidos podem ter uma liderança, e a filiação do Pacheco possibilitou isso. Deste modo, os votos que eu fiz no PPL, o PDT se serviu, e ninguém reclamou na época. E minha condição de filiado não era questionado até então”.
A nota ainda diz que esse “movimento de expulsão” ocorre de uma “forma injusta”, porque “assim como o Dep. Fed. Gustavo Fruet segue lá no Congresso Nacional a orientação do PDT, aqui na Câmara Municipal também sigo com lealdade e determinação todos os encaminhamentos de votos do meu honrado líder vereador Marcos Vieira”. Matsuda ainda agradece “todos os companheiros do PDT que não compactuaram com essa trama espúria”.
Ao final do discurso, diversos vereadores convidaram Matsuda a integrar seus respectivos partidos. O acórdão do tribunal ainda não foi publicado, mas o julgamento está disponível no canal do YouTube do TRE-PR. Foram quatro votos favoráveis e um contrário à perda do mandato de Matsuda e consequente posse a Dalton Borba.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba