Professor defende cotas na universidade

por Assessoria Comunicação publicado 03/03/2005 17h05, última modificação 19/05/2021 16h43
“O processo de ensino superior em nossa cidade é gravíssimo. Não podemos interceder em todos os campos para que o desenvolvimento educacional seja igual. Diante disso, a rede pública estadual se difundiu mais em algumas regiões e outras ficaram a descoberto, por exemplo o Vale do Ribeira, e litoral. Isso nos levou a replanejar a universidade para preencher espaços onde não estávamos atuando”, disse o professor Valdo José Cavalet, da Pró Reitoria de Graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O professor, convidado pela vereadora Roseli Isidoro (PT), ocupou a tribuna livre da Câmara de Curitiba, nesta quarta-feira (2), para comentar o sistema de cotas para minorias nas universidades. Segundo o professor, o sistema é a melhor alternativa para mudar a desigualdade social que discrimina tanto os alunos concorrentes a uma vaga na UFPR. “É preciso que o aluno da escola pública tenha condições de freqüentar cursos paralelos de inglês, espanhol e informática para estar em igualdade do aluno do ensino particular”, disse o professor
Cavalet.
UFPR
A UFPR é a universidade mais antiga do Brasil e comemorou, em dezembro, 92 anos. “É uma entidade cultural para a população, para o nosso Estado, que objetiva auxiliar o processo de desenvolvimento há nove décadas”, explicou o professor. “A rede pública estadual no Paraná tem 105 mil alunos no ensino médio. O número de vagas na universidade é de apenas 12 mil. Com o sistema de cotas daremos mais oportunidade aos afrodescendentes, índios e alunos de escolas públicas”, justificou.
As lideranças do prefeito na Câmara, vereador Mario Celso Cunha (PSB), e os vereadores Paulo Salamuni (PMDB) e André Passos (PT) manifestaram apoio à medida adotada pela universidade. “Sem dúvida é uma atitude corajosa que a universidade submete à sociedade”, afirmou Salamuni Já Passos falou que o País tem história de discriminação que deve ser repactuada.