Prioridade na vacinação para doador de sangue está pronta para o plenário

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 17/10/2024 09h00, última modificação 25/10/2024 11h01
Projeto de lei encerrou seu trâmite nas comissões permanentes, após ser aprovado na Comissão de Saúde da Câmara de Curitiba.
Prioridade na vacinação para doador de sangue está pronta para o plenário

Cinco propostas foram avaliadas pela Comissão de Saúde nesta semana. (Foto: Bruno Spessato/CMC)

O plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) já pode votar o projeto de lei que amplia o rol de grupos prioritários das campanhas de vacinação, para que também contemple os doadores de sangue. Apresentada em junho deste ano, a matéria recebeu o último aval das comissões permanentes da Casa, a de Saúde e Bem-Estar Social, em reunião nesta quarta-feira (16), após a sessão plenária.

De acordo com a redação, os doadores de sangue, componentes e hemoderivados habitual deverão ter acesso às vacinas, antes das doses excedentes serem disponibilizadas à população geral - assim como já ocorre com outros grupos prioritários dessas campanhas, como por exemplo pessoas com 60 anos ou mais, imunocomprometidos, gestantes e pessoas com deficiência. O projeto classifica como doador de sangue aquele que realizar ao menos três doações por ano, “comprovadas por intermédio de declaração emitida por órgão oficial ou instituição correlata”.

Na justificativa, destaca-se a importância do ato de doar sangue para o sistema de saúde, pois trata-se de um insumo essencial para urgências e emergências, cirurgias de grande porte e no tratamento de pessoas com doenças crônicas. “Sua doação habitual e progressiva é importante não só para atender as situações ora citadas, mas também para manter os estoques em níveis seguros”, cita o texto (005.00095.2024). Conforme dados da Fiocruz, cerca de 1,4% da população brasileira doa sangue, o que representa 14 pessoas para cada mil habitantes.

O objetivo de incluir este grupo de pessoas entre os prioritários das campanhas de imunização de Curitiba é contribuir com as ações de incentivo, à medida que pretende, estimular “a doação de sangue voluntária, solidária e altruísta, concedendo para os doadores de tal insumo (essencial para a vida humana) prioridade nas ações públicas de imunização”. “Trata-se de um pequeno gesto de reconhecimento e gratidão por um ato de solidariedade e compromisso social”, complementa a justificativa da matéria, assinada por Nori Seto (PP).

Na Comissão de Saúde, a relatoria favorável foi dada pelo vereador Oscalino do Povo (PP). “Considerando a relevância da doação de sangue e a necessidade de políticas públicas que estimulem a prática, o projeto, ao garantir prioridade nas ações de imunização aos doadores habituais, proporciona reconhecimento àqueles que, de forma voluntária e solidária, contribuem para salvar vidas”, diz o parecer. A proposta de lei agora já pode ser incluída na ordem do dia. 

Além desta, outras duas iniciativas foram avaliadas pelo colegiado e liberadas para o plenário: a matéria que altera a Declaração de Utilidade Pública Municipal ao Centro de Integração Social de Amparo a Adolescentes e Crianças (015.00002.2024), de Zezinho Sabará (PSD); e a concessão da Utilidade Pública ao Instituto de Integração Social e Transformação Econômica - Insiste (014.00037.2024), de autoria de Herivelto Oliveira (Cidadania).

Outros projetos aprovados pela Comissão de Saúde

Na pauta do colegiado de Saúde, outras duas iniciativas foram avaliadas e validadas. É o caso do projeto de lei de Professor Euler (MDB) que prevê uma categoria específica para pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas competições paradesportivas da cidade (005.00108.2022, com substitutivo geral 031.00024.2023). O voto pelo trâmite regimental foi de Oscalino do Povo, que analisou: “a proposição visa preencher uma lacuna existente no sistema de competições paradesportivas, com potencial para servir como modelo a ser adotado por outras cidades no Brasil”. Agora, a matéria será votada na Comissão de Serviço Público.

Outra matéria com voto pelo trâmite regimental é a que propõe a criação da campanha Fevereiro Laranja, para conscientização sobre a leucemia. A ideia é que o mês de fevereiro seja dedicado a levar informações sobre a doença à população, com a realização de atividades promovidas pelo poder público e pela sociedade civil (005.00105.2024). A iniciativa é de Pier Petruzziello (PP) e foi relatada por Noemia Rocha (MDB). “Fixar essa data no calendário oficial do município chama a atenção da comunidade para a importância do diagnóstico precoce da leucemia, o que pode levar a melhores taxas de sobrevivência e qualidade de vida para os pacientes”, diz o relatório. A próxima etapa é a análise da Comissão de Educação, Turismo, Cultura, Esporte e Lazer.

Qual é a função da Comissão de Saúde?

Compete ao colegiado de Saúde e Bem-Estar Social exarar parecer sobre matéria atinente à saúde e assistência social em geral, à higiene e profilaxia sanitária, à assistência sanitária, à alimentação, à nutrição. Na Câmara de Curitiba, as reuniões acontecem a cada 15 dias, às quartas, após a sessão plenária. As agendas são transmitidas pelo YouTube do Legislativo. O colegiado é formado por cinco membros: João das 5 Irmãos (MDB), presidente, e Noemia Rocha, como vice; Alexandre Leprevost (União), Oscalino do Povo e Pastor Marciano Alves (Republicanos).