Presidente da Urbs pede cuidado no debate da tarifa

por Assessoria Comunicação publicado 17/06/2013 16h05, última modificação 16/09/2021 09h45
O presidente da Urbs, Roberto Gregório, participou da sessão desta segunda-feira (17) da Câmara Municipal de Curitiba. Ele disse que os R$ 2,85 da passagem não cobrem o custo da tarifa técnica, de R$ 2,99, e pediu mais “responsabilidade” no debate.
 
Gregório, que atendeu ao convite de diversos vereadores (052.00005.2013), reiterou que o déficit do transporte coletivo da capital, de R$ 143 milhões, deve-se à integração com a Região Metropolitana. Segundo ele, a tarifa técnica referente à capital é de R$ 2,74. Ao se considerar os municípios vizinhos, o valor passa para R$ 3,95. “Vamos abrir, então, a caixa preta da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba)”, afirmou.

No início da sessão, Jorge Bernardi (PDT) já havia sugerido o convite para esclarecimentos ao diretor de Transportes da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Carlos do Rego Almeida Filho. “Esta é a terceira vez que Gregório vem à Casa. O déficit do transporte público, a integração com a região metropolitana e a composição da tarifa são debates enfrentados pela atual gestão municipal”, salientou o líder do prefeito, Pedro Paulo (PT).

A tarifa prevista no início da administração, de acordo com o presidente da Urbs, era de R$ 3,10. “O prefeito Gustavo Fruet assumiu o compromisso da tarifa de R$ 2,85 antes do anúncio da manutenção, até 2014, do subsídio do governo estadual”, declarou.

Ainda sobre o governo estadual, Gregório e a Professora Josete (PT) criticaram a peça publicitária veiculada no fim de semana. O material trata da diminuição da tarifa do transporte coletivo em alguns municípios e tem como slogan “Ônibus mais barato. Direito do cidadão”.

Eles defenderam que a diminuição tarifária não se deve à lei regulamentada pelo governador Beto Richa na última terça (11), que isenta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) o óleo diesel usado no transporte coletivo de 21 municípios, e sim à União, que zerou os tributos PIS e Cofins.

O convidado ainda afirmou que, para a isenção do ICMS, o município deve seguir uma série de procedimentos junto ao Estado. Questionado por Tiago Gevert (PSC), respondeu que o eventual impacto à tarifa da capital precisa ser analisado. Já a Tico Kuzma (PSB) e Chico do Uberaba (PMN), declarou que o Executivo não “ganha nada” com as passagens: “A Urbs gerencia esse dinheiro, que não entra no caixa da prefeitura”.

Outro tema debatido foi o lucro das operadoras da Rede Integrada de Transporte (RIT), por meio de licitação realizada na gestão do atual governador à frente da prefeitura. “A auditoria pretende apurar a realidade dessas empresas”, complementou Gregório.

Bernardi sugeriu que os diretores das operadoras tenham o salário limitado ao dos secretários municipais. Para Jonny Stica (PT), o que pode mexer no valor da tarifa é rever o lucro das empresas. A líder da oposição, Noemia Rocha (PMDB), classificou a rentabilidade dos consórcios como “preocupante”.

Dupla função

O convite a Gregório também solicitava informações sobre o não cumprimento da lei que proíbe a dupla função dos motoristas dos micro-ônibus. Ligado ao Sindicato  dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Rogério Campos (PSC) foi um dos vereadores que abordou a questão.

O presidente da Urbs disse que o cumprimento ainda está sob júdice e que o Executivo busca “suporte jurídico”. Um dos itens apontados por ele é que a lei aprovada em 2012 pela Câmara de Curitiba não anula norma anterior, de 2001, que isenta os micro-ônibus da necessidade de ter cobrador. Gregório também justificou as notificações feitas às empresas, antes de ser dado início à fiscalização e à aplicação de multas.

Manifestações

Diversos vereadores comentaram o movimento nacional pela diminuição da tarifa. Curitiba terá a segunda manifestação nesta segunda-feira, a partir das 18h, na Boca Maldita. Vinte mil pessoas já confirmaram presença, por meio das redes sociais. Helio Wirbiski (PPS) fez apelo para que os manifestantes e as autoridades tenham responsabilidade. “Qualquer tipo de violência é inaceitável”, apontou.

Segundo o presidente da Casa, Paulo Salamuni (PV), a ordem é para que a Guarda Municipal e a Polícia Militar guardem a integridade física  e respeitem o direito à manifestação. “O movimento é crescente e preocupante. O pedido é para que haja respeito e se conserve a paz e o direito das pessoas”, avaliou Gregório.

Também participaram do debate junto ao presidente da Urbs os vereadores Dirceu Moreira (PSL), Chicarelli (PSDC), Valdemir Soares (PRB), Mauro Ignacio (PSB), Carla Pimentel (PSC), Professor Galdino (PSDB), Bruno Pessuti (PSC) e Cristiano Santos (PV).