Presidente da Urbs garante que Praça do Japão será preservada

por Assessoria Comunicação publicado 26/02/2013 20h05, última modificação 10/09/2021 11h05

A Praça do Japão, no bairro Água Verde, não deve mais sofrer intervenções para que os ônibus façam o contorno em sua volta. A decisão foi anunciada na tarde desta terça-feira (26) pelo presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Roberto Gregório da Silva Junior, na Câmara Municipal de Curitiba. Ele participou de uma reunião para debater o projeto Ligeirão, previsto inicialmente para ligar o terminal Santa Cândida à Praça do Japão. O encontro contou com a presença do secretário de Relações com a Comunidade, Caíque Ferrante, representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), do Movimento em Defesa da Praça do Japão, do Conselho de Segurança do Batel, Ministério Público e de diversos vereadores.

“A comunidade é vitoriosa. As manifestações sensibilizaram a administração e hoje todas as soluções não envolvem qualquer tipo de intervenção na praça. A vitória é da Câmara, na pessoa do presidente Paulo Salamuni, que comprou esta iniciativa”, afirmou Gregório. Ele lembrou do papel do Legislativo nas decisões democráticas. “Quero destacar que esta iniciativa da comunidade merece parabéns, porque sensibilizou o presidente desta Casa, já em dezembro, no período de transição, e mostra que a Câmara é um canal de ressonância efetiva da vontade do povo, da comunidade”, salientou.

Paulo Salamuni (PV) destacou a necessidade de uma mobilização dos moradores para a melhoria de outras regiões. “É preciso que todos os bairros se movimentem. O Jardim Botânico é um dos menores bairros da cidade, mas teve uma  mobilização absoluta da comunidade e virou um dos mais belos espaços. Seu próprio nome foi escolhido por plebiscito. Os bairros que têm condições de se organizar podem ser taxados de elitistas, mas é legítima esta mobilização”, ressaltou.

Para o presidente da Comissão de Urbanismo, vereador Jonny Stica (PT), os parques e praças da cidade vêm perdendo espaço para o transporte coletivo. “A Rui Barbosa era a praça mais importante de Curitiba e hoje é praticamente um terminal de ônibus. Muitas de nossas praças já tiveram intervenções do transporte público. A Praça do Japão é notavelmente um espaço admirado por toda a comunidade de Curitiba, então não é uma discussão local”. Segundo ele, existem valores da comunidade japonesa ligados à paz, à religião e à cultura, que estão representados naquele espaço. “Parece que este sossego seria retirado, primeiro pela quantidade de ônibus, segundo porque cria um ambiente cercado pelo transporte coletivo”, ressaltou.

Estiveram presentes também os vereadores Felipe Braga Côrtes e Professor Galdino, do PSDB, Valdemir Soares (PRB), Cristiano Santos (PV), Colpani (PSB), Paulo Rink e Helio Wirbiski, do PPS, Toninho da Farmácia (PP), Chico do Uberaba (PMN),  Julieta Reis (DEM), Tiago Gevert e Bruno Pessuti, do PSC e Pier Petruzziello (PTB).

Mobilização

Marcelo Caron Baptista, que é advogado e representante do movimento,  contou que a comunidade foi surpreendida com o projeto da prefeitura e que, no ano passado, procuraram a Urbs para reclamar. “Fomos surpreendidos com um projeto que não agradaria a ninguém e que é tecnicamente equivocado. Houve uma reunião com o ex-presidente da Urbs, Marcos Isfer, e nos posicionamos contra a obra”, lembrou. Retomando o assunto com a nova administração da prefeitura, no dia 10 de janeiro deste ano, houve uma nova reunião, com a atual diretoria do Ippuc, a Urbs e a Câmara de Vereadores, no auditório da Escola Santa Terezinha do Menino Jesus.

Na reunião, o advogado entregou a Salamuni e Stica, uma cópia de um abaixo assinado que contém 12 mil assinaturas desfavoráveis à intervenção. No documento, consta que os signatários são contra a instalação de uma estação tubo em frente à Escola Santa Terezinha, a construção de nova canaleta de ônibus contornando a praça e pedem para que o Ministério Público tome medidas para a paralisação das obras. É solicitada ainda a transformação do local em patrimônio cultural municipal.
    
Estação tubo

O presidente da Urbs informou que é preciso implantar uma estação tubo em proporções maiores para a região. “A cidade demanda uma maior condição operacional do transporte coletivo e, neste sentido, está sendo implantado o desalinhamento das estações tubo. Estava sendo previsto um terminal de maior porte, mas, dentro das adequações, teremos um terminal no padrão dos demais. Estamos estudando as alternativas de posicionamento destas estações. Aonde o desalinhamento vai acontecer e aonde estes módulos estarão disponíveis”, explicou.

O promotor Wiliam Buchmann, que representou o Ministério Público, disse que o órgão vai acompanhar o processo de implantação da estação e falou que é necessário fazer uma consulta popular. “O que o Ministério Público fiscaliza é a questão da participação popular e da razoabilidade”.

Operação Escola

Foi solicitada pela Associação de Pais e Mestres do Colégio Santa Terezinha a implantação da Operação Escola. Roberto Gregório informou que está sendo desenhada uma nova operação, que visa dar maior fluidez ao tráfego nos horários de entrada e saída de estudantes.