Prefeitura será consultada sobre Lei de Adoção de Logradouros Públicos

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 13/12/2023 14h35, última modificação 13/12/2023 15h37
Além da atualização da legislação, outros dois projetos de lei receberam parecer por mais informações da Comissão de Urbanismo.
Prefeitura será consultada sobre Lei de Adoção de Logradouros Públicos

Três projetos de lei permanecem no colegiado, até que a Prefeitura de Curitiba envie resposta sobre as consultas solicitadas.(Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Secretaria Municipal de Urbanismo será consultada pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) a respeito da proposta que trata da ampliação do programa de adoção de logradouros de Curitiba. A decisão de pedir a opinião do Executivo sobre o projeto de lei partiu da Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e Tecnologias da Informação, que aprovou parecer por mais informações. A reunião aconteceu na manhã desta quarta-feira (13). 

De Amália Tortato (Novo), Indiara Barbosa (Novo) e Rodrigo Marçal (Novo), o projeto visa a alterar a Lei de Adoção de Logradouros Públicos (lei municipal 11.642/2005), que contempla praças, parques, bosques, jardinetes, largos, jardins e núcleos ambientais, eixos de animação, centros esportivos, relógios e canteiros centrais de ruas e avenidas. A proposta é acrescentar a essa relação passeios, calçadas, ciclovias, ruas, avenidas, pistas de rolamento, travessas, vielas, rotatórias, pontes e viadutos da cidade (005.00173.2022). 

Além de aumentar o rol de bens públicos que podem ser adotados, o projeto de lei prevê que os logradouros sejam subdivididos em lotes, com a justificativa de atender o interesse público e o do adotante. No colegiado de Urbanismo, a relatoria está com Zezinho Sabará (União), cujo parecer por mais informações foi acatado pela maioria do grupo. No voto, o vereador analisou ser necessário que a Prefeitura de Curitiba se manifeste sobre qual seria o espaço publicitário que será permitido utilizar pelas empresas que aderirem ao programa. 

O parlamentar ainda pede “uma análise técnica sobre as modificações que estão sendo propostas para que atendam a necessidade dos investidores em adotar estes espaços públicos, favorecendo a Prefeitura com a redução de despesas de manutenção, beneficiando a população com uma melhor conservação dos logradouros públicos e também os empresários com a divulgação publicitária adequada que permita receberem o retorno de seu investimento, mas com o devido controle dos espaços, do tamanho e do formato da publicidade que será permitido”.

Finanças deve ser manifestar sobre instalação de bancos nas paradas de ônibus

A Comissão de Urbanismo também quer que a Prefeitura de Curitiba, através da Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento, se manifeste sobre o projeto de lei que pretende tornar obrigatória a instalação de bancos nas paradas de ônibus. Autor da iniciativa, o vereador Angelo Vanhoni (PT) explica, na justificativa da proposição, que o objetivo é garantir a acessibilidade e o conforto dos usuários (005.00109.2023). O projeto diz que os recursos para a instalação dos bancos poderão vir da concessão onerosa do uso de bens municipais com direito à exploração publicitária, modalidade regulamentada na lei municipal 10.506/2002.

No parecer por mais informações, Mauro Bobato (Pode) observou que nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Serviço Público, o projeto tramitou sem manifestação, devido ao fim do prazo regimental para análise. Ainda, que a Urbs já se manifestou contrária à matéria, pontuando que esta tem vícios de inconstitucionalidade. “No q
ue compete a esta comissão analisar, solicitamos mais informações à Secretaria de Finanças para que se manifeste acerca da viabilidade da proposição, assim como sua implantação e eficácia”, completa o voto, aprovado pelo colegiado.

Urbanismo também quer informações da Prefeitura sobre o Polo das Noivas

A Prefeitura de Curitiba também deverá se manifestar sobre a criação do Polo das Noivas, no Sítio Cercado (005.00138.2023). O projeto de lei de Marcos Vieira (PDT) contemplaria cinco trechos: rua Izaac Ferreira da Cruz, entre as ruas Nova Esperança e David Tows; rua São José dos Pinhais, entre as ruas Izaac Ferreira da Cruz e Dr. Lauro Gentio Portugal Tavares; rua Ourizona, entre as ruas Tenente Júlio Jacoboski e São José dos Pinhais; rua Marte, entre as ruas José Manoel Voluz e a Quitandinha; rua Major Miguel Balbino Blasi, entre as ruas José Bassa e a Desembargador Carlos Pinheiro Guimarães.

Mauro Bobato pede, no voto por mais informações, que o Instituto Municipal do Turismo e a Secretaria de Urbanismo se manifestem sobre a viabilidade da proposta de lei. No parecer, o relator argumentou que o Ippuc, em resposta à CCJ, não considera que as ruas citadas têm densidade suficiente para a criação de um polo. “Em análise às ruas elencadas, observamos que as mesmas, em sua maioria, não apresentam densidade que justifique tratar toda esta área como polo. A exceção é a rua São José dos Pinhais, no trecho de aproximadamente 300m entre a rua Izaac Ferreira da Cruz e a rua Corbélia, com grande concentração de atividades afins”, diz um trecho da nota técnica do Ippuc.

Pedidos por mais informações de outros órgãos, segundo o Regimento Interno, suspendem os prazos por até 30 dias para dar tempo para que as unidades demandadas se manifestem. Se ao final deste prazo não houver resposta, o projeto de lei volta à pauta do colegiado, sendo submetido a novo parecer do mesmo relator.

Polo Gastronômico do Pinheirinho já pode ser votado pelo plenário

Rodrigo Reis (União), vice-presidente da comissão, elaborou parecer favorável à criação do Polo Gastronômico do Pinheirinho (005.00143.2023), que agora já pode ser incluído na ordem do dia. A matéria é uma iniciativa de Mauro Bobato, que pretende incentivar o desenvolvimento do comércio local. A ideia é que o novo polo gastronômico seja implantado na rua Nicola Pellanda, no trecho compreendido entre as ruas Alameda Nossa Senhora do Sagrado Coração e Celeste Tortato Gabardo. 

O que faz a Comissão de Urbanismo da Câmara?

A Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e Tecnologias da Informação tem a tarefa de analisar matérias atinentes aos planos de desenvolvimento urbano, controle do uso do solo urbano, sistema viário, trânsito, parcelamento do solo, edificações, realizações de obras públicas, política habitacional e tecnologias da informação e software. O colegiado tem 5 membros: Mauro Bobato, presidente; Giorgia Prates- Mandata Preta (PT), Herivelto Oliveira (Cidadania), Rodrigo Reis e Zezinho Sabará. Suas agendas são quinzenais, às quartas-feiras, antes da sessão plenária.