Praça Zacarias: de Largo do Ivo aos tempos atuais

por Assessoria Comunicação publicado 06/01/2011 15h30, última modificação 05/08/2021 10h31
Uma das praças mais antigas da cidade, a Zacarias tem muitas histórias para contar. O chafariz, que hoje enfeita e faz a alegria dos meninos de rua nos dias de calor, em outros tempos já foi fonte onde moradores lavavam suas roupas, na longínqua Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Já foi conhecida por vários nomes, como Largo do Ivo - o rio -, ou Largo da Carioca. Após terem construído uma ponte sobre o Ivo no local, também ficou conhecida como Largo da Ponte, num tempo em que o rio corria a céu aberto em toda a sua extensão.
 
A praça sofreu diversas mudanças ao longo dos anos, até chegar ao que é hoje. Um registro nas atas do Legislativo de 31 de janeiro de 1855 revela quando a Câmara resolveu construir um chafariz no “Largo do Ivo”. Foi encaminhada ao presidente da Província, Zacarias de Góes e Vasconcelos, a solicitação de um engenheiro para fazer o projeto, por meio do qual o fiscal faria o orçamento para a obra. O pedido para se fazer um chafariz na praça já estava sendo ensaiado desde 1849. No dia 12 de abril daquele ano, o vereador Silva Carrão pedia orçamento para a construção de “hum chafariz no largo além da ponte do Ivo”, como registra a ata.
   
Em 1860, a fonte já precisava de consertos. A ata, de 10 de julho daquele ano, conta que havia sido aprovado pela Câmara o conserto da carioca. Um fiscal também ficava incumbido de proibir a lavagem de roupas na fonte, o que era praxe desde o início da colonização. Porém, era um costume difícil de se abandonar, já que água encanada não era algo nada popular.
   
Sempre foi rodeada por construções famosas, como o antigo Cine Luz, inaugurado em 1939 e destruído por um incêndio em 1961, e o Museu Paranaense, de 1876 (hoje no palácio São Francisco).
   
O primeiro Mercado Municipal de Curitiba também ficava na Zacarias. Registros revelam que, em 1856, a Câmara discutia a construção de um mercado. Foi lida uma portaria do presidente da província ordenando à Casa que encaminhasse uma remessa da planta e do orçamento aproximado da Praça de Mercado da capital para a Assembléia Provincial.
 
Em agosto de 1858, a Câmara lia outra portaria do governo da província avisando ter ordenado à tesouraria que pusesse à disposição da Casa a quantia de dois mil réis para a continuação das obras da Praça do Mercado.
   
Com o passar dos anos, a praça foi se transformando, devido às várias reformas que sofreu. Em 1915, foi toda reformada e batizada pela última vez, tendo recebido o monumento de Zacarias de Góes e Vasconcelos, em homenagem ao primeiro presidente da província do Paraná. Em 1960, outra reforma. Em 1976, foi totalmente repaginada, com ares modernistas que deram a ela a aparência que conserva até hoje.

Por Michelle Stival da Rocha