Praça da Ucrânia: vereadores sugerem reativação da pista de skate

por Fernanda Foggiato | Revisão: Ricardo Marques — publicado 21/02/2024 16h45, última modificação 21/02/2024 16h53
Sugestão à Prefeitura de Curitiba pede que obras da praça da Ucrânia contemplem a reativação da pista de skate. Moções foram adiadas.
Praça da Ucrânia: vereadores sugerem reativação da pista de skate

Além da proposta para a praça da Ucrânia, Giorgia Prates é autora de sugestão sobre a identidade visual do Creafro. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, na sessão desta quarta-feira (21), em votação simbólica, uma indicação de sugestão à Prefeitura sobre a revitalização da praça da Ucrânia. O pedido é para que as obras contemplem a reativação da pista de skate que havia no local, desativada no fim da década de 1990, “por se tratar de um local histórico”. A sugestão não é impositiva – cabe ao Poder Executivo avaliar e decidir se acata, ou não, a proposta.

Autora da indicação, a vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT) explicou que a praça foi inaugurada em 1967, pelo então prefeito Omar Sabbag, em homenagem ao poeta ucraniano Taras Chevtchenki. Segundo ela, o projeto original contava com um “ring de patinação” que em 1974 começou a ser usado para a prática do skate, “o que fez com que se tornasse a pista mais antiga do Brasil”. “Até que ela foi soterrada por um canteiro”, disse.

É uma luta bem antiga, que já vem do final dos anos 90”, relatou. Para a vereadora, a sugestão atende a uma demanda histórica da comunidade: “Acredito que não é só uma questão de nostalgia”. Ela pontuou que “dali saíram grandes nomes” do esporte, como a atleta Larissa Carollo, primeira brasileira a se tornar campeã de uma etapa do circuito mundial de skate, em 2000 (205.00049.2024). Além da sugestão, Giorgia Prates apresentou, nesta semana, um pedido de informações oficiais sobre a revitalização da praça da Ucrânia (062.00128.2024).

Alexandre Leprevost (Solidariedade) contou ter participado dos debates com o Executivo sobre as obras. No entanto, avaliou que o movimento pela reativação da pista de skate “acabou chegando um pouco tarde nas tratativas da revitalização, […] acredito que nós perdemos um pouco o timing”. “Eu pude perceber que tem um movimento familiar que quer aquela pista de volta na praça da Ucrânia”, afirmou. “É um pedacinho da praça da Ucrânia que eles estão pedindo para que possam levar seus filhos.”

Já o vereador Sabino Picolo (União) explicou que a pista foi desativada devido a reclamações dos moradores na região. “A pista de skate, se não me engano, está lá [sob o canteiro]”, completou. “Mas tem que ter todo o cuidado [com a eventual reativação] porque amanhã ou depois vêm os moradores pedir para fechar a pista.”

Rodrigo Reis (União) e Bruno Pessuti (Pode) ponderaram que o projeto de revitalização da praça da Ucrânia já está pronto. “Que a gente possa achar um outro local lá na região, mas que a gente possa fazer uma pista maior, […] até porque hoje o skate é um esporte olímpico”, citou Reis. “A reconstrução da pista pode ser tratada, mas num segundo momento”, avaliou Pessuti. Noemia Rocha (MDB) e o Jornalista Márcio Barros (PSD) também participaram do debate da proposta. 

Outra indicação de sugestão aprovada nesta manhã pede que a Prefeitura reveja a identidade visual do Centro de Referência Afro Enedina Alves Marques (Creafro). “Foi feita uma arte do Creafo e a população não gostou muito desta arte por retratar a Enedina Alves numa cor laranja”, disse a autora da proposta, Giorgia Prates. A vereadora pede que o movimento negro seja ouvido sobre a nova identidade visual (205.00052.2024).

As indicações de sugestão são um tipo de proposição diferente dos projetos de lei. Elas recomendam ações para serviços de competência apenas do Poder Executivo. Ou seja, apesar de serem uma manifestação legal dos vereadores, submetidas ao plenário em turno único de votação e de maneira simbólica (sem o registro no painel eletrônico), as sugestões não são impositivas. Cabe à administração municipal avaliar e acatar, ou não, cada proposta.

Votações de moções são adiadas para a próxima semana

Duas moções de desagravo que seriam votadas na segunda parte da ordem do dia retornam à pauta a partir da sessão plenária da próxima segunda-feira (26). Eder Borges (PP) pediu para adiar, por uma sessão, proposição de sua autoria para desagravar decisão do Ministério da Saúde que incluiu a vacina da covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação (416.00001.2024).

Moções de desagravoJá Pier Petruzziello (PP) abriu o debate de seu requerimento, mas a votação foi automaticamente adiada devido ao encerramento da sessão, a poucos minutos do fim, com base no Regimento Interno da Câmara de Curitiba. A moção desagrava as falas do presidente Lula, no último domingo (18), “comparando a guerra de Israel contra o Hamas ao Holocausto” (416.00002.2024).

“Não podemos aceitar nenhum tipo de fala que volte a remeter à maior tragédia da humanidade. 7 em cada 10 judeus da Europa foram assassinados única e exclusivamente por causa de sua identidade, [...] nada pode ser comparado ao Holocausto”, disse o autor. Para Petruzziello, “é urgente esta retratação” do Governo Brasileiro. “Minha fala jamais será contra ninguém, nunca foi contra a comunidade árabe de Curitiba”, continuou. O vereador ponderou que “são famílias que estão sofrendo dos dois lados” da guerra, mas fez duras críticas ao “grupo terrorista Hamas”.

PanfletoMembros do Comitê Árabe-Brasileiro Solidariedade Paraná acompanhavam a sessão plenária. O presidente Marcelo Fachinello (Pode) advertiu o grupo, ao longo da manhã, sobre as manifestações nas galerias. Conforme o artigo 34 do Regimento Interno da Casa, “qualquer cidadão poderá assistir às sessões das galerias, desde que guarde silêncio e respeito, sendo compelido a sair imediatamente do edifício caso atrapalhe os trabalhos com manifestações que provoquem perturbação no ambiente e não atenda à advertência do presidente”.

O parágrafo único do dispositivo acrescenta que “quando o presidente não conseguir manter a ordem por simples advertências, deverá suspender a sessão, adotando as providências cabíveis”. Com a sessão suspensa para a saída do grupo, manifestantes jogaram panfletos das galerias do Palácio Rio Branco e Fachinello encerrou a sessão “por falta de ordem”, ao meio-dia.