Por lei, vereadora pede reativação de projetos da extinta secretaria Antidrogas

por José Lázaro Jr. — publicado 06/05/2021 16h55, última modificação 06/05/2021 16h55
Iniciativa de Flavia Francischini pede prioridade na reativação dos projetos Bola Cheia, Cão Amigo e Papo Legal, da extinta Secretaria Municipal Antidrogas.
Por lei, vereadora pede reativação de projetos da extinta secretaria Antidrogas

Registro do programa Cão Amigo, em 2019, em escola da Vila Izabel. (Foto: Pedro Ribas/SMCS)

No dia 4 de maio, a vereadora Flavia Francischini (PSL) protocolou, na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), um projeto de lei requisitando prioridade na reativação dos projetos Bola Cheia, Cão Amigo e Papo Legal, da extinta Secretaria Municipal Antidrogas. A parlamentar defende que as iniciativas são importantes para evitar que crianças e jovens sejam usados no varejo do tráfico de drogas, atuando como “mulas” (005.00133.2021).

O Bola Cheia consistia em abrir as escolas aos jovens nos horários noturnos e aos finais de semana para a prática esportiva. Já o Cão Amigo era uma parceria com a Polícia Militar do Paraná, cuja Companhia de Operações com Cães visitava as escolas e interagia com os alunos, por meio de demonstrações do trabalho realizado no combate ao tráfico. Por último, o Papo Legal era feito de palestras educativas para os jovens sobre os danos à saúde decorrentes do consumo de drogas.

“Os programas tiveram origem na atuação do secretário Antidrogas [à época], Fernando Francischini, e demonstraram relevante eficácia no atendimento de jovens e crianças que eram usadas pelo tráfico de drogas no serviço costumeiramente chamado de ‘mula’ ou ‘aviãozinho’, ou seja, os responsáveis pelo transporte e entrega das substâncias entorpecentes”, contextualizou a vereadora, que é casada com o ex-secretário, hoje deputado na Assembleia Legislativa do Paraná.

“A suspensão dos referidos programas acabou por impactar negativamente a vida dos jovens de Curitiba, visto que tornaram-se suscetíveis à atuação de traficantes, sem a devida atenção do Município”, justifica a parlamentar. O projeto diz que os “programas poderão ser restabelecidos”, “preferencialmente no mesmo formato”, e prevê a regulamentação pelo atual Executivo, conforme a disponibilidade financeira da cidade e adequações “no que se refere à integração com o meio virtual”.

Tramitação
Quando um projeto de lei é protocolado na CMC, o trâmite regimental começa com a leitura da súmula dessa nova proposição durante o pequeno expediente de uma sessão plenária. A partir daí, o projeto segue para instrução da Procuradoria Jurídica (Projuris) e, na sequência, para a análise da Comissão de Constituição e Justiça. Se acatado, passa por avaliação de outros colegiados permanentes do Legislativo, indicadas pela CCJ de acordo com o tema da proposta.

Durante a fase de tramitação, podem ser solicitados estudos adicionais, juntada de documentos, revisões nos textos ou o posicionamento de outros órgãos públicos. Após o parecer das comissões, a proposição estará apta para votação em plenário, sendo que não há prazo regimental previsto para a tramitação completa. Caso seja aprovada, segue para a sanção do prefeito para virar lei. Se for vetada, cabe à Câmara dar a palavra final – se mantém o veto ou promulga a lei.