População lota a CMC e mutirão da Defensoria Pública tem 290 atendimentos
Foram realizados 290 atendimentos em mais de oito horas de plantão. (Fotos: Rodrigo Fonseca e Carlos Costa/CMC)
“Fiquei sabendo pelo telejornal e vim. Eu quero saber do acesso a um remédio especial [para diabetes], que eu sei que o plano de saúde vai negar, mas que outros pacientes conseguiram acesso por meio de uma medida judicial. Quero saber se consigo com esse atendimento jurídico da Defensoria Pública”, contou Marcelo Garcia de Campos, 43 anos. Eram 17h quando ele foi chamado à antessala do auditório da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), onde ainda havia 50 pessoas na frente dele. “Eu já esperei uma hora, mas até que foi rápido para a ajuda que eu preciso”, disse. Ele foi o último da fila, nesta terça-feira (14), no mutirão inédito realizado na CMC.
Foram realizados 290 atendimentos jurídicos gratuitos e de renegociação de dívidas, durante as quase nove horas de plantão das equipes da Defensoria Pública do Paraná (DPE-PR), da Companhia Paranaense de Energia (Copel), da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e da Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab-CT). Primeiro mutirão do ano da DPE-PR, a atividade também foi inédita por reunir, além do atendimento jurídico gratuito, representantes das empresas públicas. “O mutirão foi importante não apenas por marcar o início das mobilizações, mas por consolidar as parcerias, em especial com a CMC”, afirmou André Giamberardino, defensor público-geral do Paraná.
“Foi um evento muito positivo, com diversos acordos celebrados e dívidas renegociadas. As pessoas tiveram a oportunidade de, com a assessoria gratuita da Defensoria, resolver ou encaminhar a solução dos seus problemas. A CMC tem esse objetivo de abrir suas portas à população em relação ao trabalho legislativo, mas também de ser um braço, de ser um caminho de resolução direta dos problemas dos cidadãos. Queremos fazer mais parcerias como essa, ampliar esse atendimento, em especial com a Defensoria Pública do Paraná”, corroborou Marcelo Fachinello (PSC), presidente do Legislativo. Ontem, foram realizados mais que o dobro dos atendimentos de 2022, quando foram celebrados 115 acordos em dois dias de mutirão na CMC.
Último a ser atendido no mutirão, Marcelo Campos contou à CMC que a ajuda para a obtenção do remédio especial será crucial para que ele não precise ser hospitalizado. “Eu tenho diabetes, pressão alta, obesidade mórbida. Eu preferia utilizar outros recursos [menos invasivos] a me submeter a uma cirurgia bariátrica”, disse. Conversando com a reportagem, ele disse que aproveitaria o atendimento para saber se tem algo que a Defensoria Pública possa fazer em relação a outra situação, de uma cobrança de 15 anos atrás, que ele julgou indevida, e que bloqueou judicialmente sua motocicleta. “Como teve o bloqueio, fiquei com medo e parcelei a dívida, mas quero ver se não há nada que eu possa fazer”, compartilhou.
Chegando no final do mutirão, Marcelo Garcia de Campos não viu as filas que se formaram a partir das 9h, obrigando a equipe da Câmara Municipal a reorganizar o hall de entrada do Anexo 2 para acomodar as pessoas com mais conforto, uma vez que os cerca de 50 lugares na antessala do auditório se mostraram insuficientes para a demanda. No fim da manhã, havia quase uma centena de pessoas aguardando para ser atendida pela Defensoria Pública ou negociar dívidas com a Copel, com a Sanepar e com a Cohab. Marcado para terminar às 16h, as equipes da DPE-PR continuaram além do horário para concluir os atendimentos de quem tinha esperado.
Diante da alta procura, a Copel cadastrou todas as pessoas que aguardavam para atender posteriormente quem não conseguiu resolver seu caso no dia. A Cohab-CT orientou quem não pôde esperar a procurar o agendamento direto nas suas agências, a partir desta quarta-feira (15), por meio dos telefones da companhia (3221-8133 e 0800 041 32 33). A Sanepar fez o mesmo, disponibilizando um número de telefone (0800 200 0115) e um WhatsApp (41 99544-0115) para negociação de dívidas. “Da próxima vez, eu queria que fosse mais divulgado, porque eu fiquei sabendo só no jornal da RPC, daí não deu tempo de me preparar direito e juntar todos documentos que eu queria”, pediu Marcelo Campos.
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