Polo gastronômico do Água Verde é aprovado pela Câmara Municipal
Com 24 votos favoráveis, os vereadores de Curitiba aprovaram, nesta terça-feira (20), a iniciativa de Bruno Pessuti (PSD) que cria o polo gastronômico do Água Verde. A área delimitada pelas rua Chile e avenida Água Verde, no trecho compreendido entre a avenida Marechal Floriano Peixoto e a rua Coronel Dulcídio (005.00017.2017, com emenda 034.00002.2018), passa a ser a quinta região especial desse tipo na cidade, ao lado dos polos gastronômicos da Itupava, do Alto Juvevê, da Avenida Salgado Filho e de Santa Felicidade.
“A identificação dessa região, dentro do bairro Água Verde, é uma opção importante de roteiro turístico, pois está próxima dos grandes hotéis de Curitiba. Seria uma alternativa para os turistas, que acabam indo só ao Batel”, analisou Bruno Pessuti, que defendeu a criação de polos gastronômicos pela Câmara. Questionado por Professora Josete (PT) sobre o artigo 121 do Plano Diretor, que prevê a regulamentação dos polos por decreto, ele respondeu que aprovar leis específicas é uma forma de “impulsionar a administração, de “dar um empurrão na prefeitura”. “A lei é superior ao decreto”, apontou.
Para o vereador, que também é autor das leis que criaram os polos da Itupava e do Alto Juvevê – inclusive destinando R$ 200 mil em emendas parlamentares para o calçamento desses locais –, identificar essas regiões orienta as políticas públicas. “Dentro dos restaurantes, os empresários fazem o possível para qualificar os seus estabelecimentos, mas do lado de fora algumas vezes o poder público deixa a desejar na urbanização. Os polos identificarão áreas nas quais a administração pública possa desenvolver projetos”, disse.
O Plano Diretor (lei municipal 14.771/2015) diz que os polos gastronômicos podem receber incentivos da Prefeitura de Curitiba, como a flexibilização de projetos de caráter provisório que utilizem o passeio (respeitada a circulação de pedestres e a acessibilidade); a autorização simplificada para eventos realizados por associação regularmente constituída para representar seus estabelecimentos; a permissão simplificada para intervenções decorativas temporárias; a realização de treinamento e qualificação de mão de obra; a preferência para fechamento de ruas em datas comemorativas; e estudos para ampliação de linhas e horários do transporte coletivo.
Dentro da resposta dada a Josete, Bruno Pessuti ainda relatou que a implantação dos polos gastronômicos – o primeiro, da Itupava, é de dezembro de 2016 – tem andado devagar dentro da prefeitura em decorrência da votação da nova Lei de Zoneamento estar pendente e pela mudança de cultura que é um instrumento urbanístico advindo dos vereadores. “É uma questão muito nova, então há resistência na implantação. Demanda um esforço bastante grande de bastidor e eu tenho participado de várias reuniões no Ippuc [Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba]”, comentou o vereador.
Pessuti deu o exemplo do polo gastronômico do Alto Juvevê, “que tem os empresários da região bem organizados”, para o qual tem tratado com o Executivo a colocação de placas na região. “Essa organização dos empresários impulsiona o poder público e ali, nos próximos meses, espera-se que pelo menos identifique o local. É um processo lento, mas que vai gerando melhorias”, garantiu, argumentando que devido a correria do dia a dia, ou diante da oferta de comida boa nos restaurantes, há um aumento na busca de alimentação fora do lar. A vereadora Maria Manfron (PP) elogiou a iniciativa, pois o Água Verde é uma “região nobre”, “que precisa ser mais conhecida”.
Polos gastronômicos
O artigo 121 do Plano Diretor, que trata da criação dos polos gastronômicos, foi incluído na lei municipal 14.771/2015 por meio de emenda assinada por diversos vereadores. Na legislatura passada, Bruno Pessuti apresentou a proposição que deu origem à lei municipal 15.010/2016, do Polo Gastronômico da Itupava, entre as ruas Ângelo Lopes e Schiller.
Em outubro, os vereadores aprovaram as leis 15.098/2017 e 15.099/2017, que oficializaram o segundo e o terceiro polos gastronômicos da cidade. As normas reconhecem, respectivamente, a região do Alto Juvevê, também por iniciativa de Pessuti, e da avenida Senador Salgado Filho, no bairro Uberaba, proposta por Helio Wirbiski (PPS). No final do ano, em novembro, com a aprovação de projeto de Mauro Ignácio (PSB), o quarto polo, agora em Santa Felicidade (lei 15.123/2017).
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