Política municipal de saúde mental é discutida em audiência

por Assessoria Comunicação publicado 11/10/2019 18h05, última modificação 11/11/2021 08h09

Nesta sexta-feira (11), a Câmara Municipal realizou um Encontro Técnico em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com o tema: “desafios para a construção de uma política de saúde mental intersetorial em Curitiba”. A iniciativa do evento foi do vereador Pier Petruzziello (PTB), que se disse envolvido com o tema desde que iniciou a militar em prol dos autistas. “Muitas vezes o vereador, absorvido por suas obrigações, fica dentro de uma bolha e não percebe questões fundamentais como é o caso da saúde mental, e é por isso que estamos aqui”, disse ele. O vereador anunciou que no dia 13 de novembro será sugerido ao Executivo Municipal a criação de uma Câmara Técnica Intersetorial sobre a questão da saúde mental. A vereadora Fabiane Rosa (DC) destacou a importância da intersetorialidade. Para ela, “é necessário haver diálogo entre as pessoas e órgãos envolvidos com a saúde mental”. Para Oscalino do Povo (PODE), também presente ao evento, a saúde em Curitiba segue “uma linha de entendimento muito boa”. Ele salientou o trabalho desenvolvido na Unidade de Saúde da Vila Guaíra.

Flávia Adachi do Departamento de Atenção e Saúde da Secretaria Municipal de Saúde entende que o encontro promovido por Pier é importante na medida em que oportuniza a discussão dos desafios inerentes à saúde mental. Ela apresentou alguns dados estatísticos sobre o tema. Segundo ela, são registrados anualmente em todo o mundo 800 mil casos de suicídio, o que equivale a uma pessoa suicidando a cada 40 segundos. Ao mesmo tempo, as drogas geram 500 mil mortes por ano. Para ela, “uma pessoa não é o transtorno metal que possui ou as drogas que utiliza. Ela deve ser estimulada a renascer em todas as suas potencialidades”. Representando a Coordenadoria de equidade, família e rede de proteção da Secretaria Municipal de Educação, Patricia Bellé destacou que Curitiba é uma cidade educadora. Ela mencionou parcerias entre a secretaria e outros órgãos, como é o caso da Universidade Federal do Paraná, para o enfrentamento do bulling. Outras iniciativas mencionadas por Patricia foram o “Programa Transformando Realidades” e o “Chega de Trabalho Infantil”, em parceria com o Ministério Publico do Trabalho.

Claudia Estorilio da Fundação de Assistência Social (FAS) destacou a intersetorialidade entre saúde, educação e assistência social. “Nós conseguimos esse modelo e nós precisamos estender para outras questões como é o caso da saúde mental”, disse ela. Para ela, não é o momento de se procurar culpados, mas de admitir que nosso sistema é complexo e repleto de vulnerabilidades. Cristiano de Bastiani, diretor da Política sobre Drogas da Secretaria de Defesa Social e Trânsito, destacou parcerias como a realizada entre a secretaria e o Instituto Shogum Rua, que atende 15 crianças na Barreirinha e também iniciativas como o programa Intervidas, um ônibus que circula pela cidade entre as 18h e às 21h e que atende pessoas em situação de rua. Ele também citou a parceria com a Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract).

Rogerio Sech, da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Juventude (SMELJ) salientou que as atividades desenvolvidas pela secretaria estão muito próximas das desenvolvidas pela Secretaria de Saúde. “Mas no caso da nossa secretaria, o enquadramento está mais alinhado com o eixo da prevenção”, disse ele. Paras Sech, a prática de atividades físicas pode diminuir os riscos de problemas relativos à saúde mental. Angelina Balaguer, da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) destacou a atuação dos Núcleos Regionais de Arte e Cultura. “Existe um núcleo em cada Regional”, disse ela que frisou o fato de que nesses locais todas as formas de manifestações artísticas são desenvolvidas, como é o caso da literatura, da música e do teatro. Denise Moraes do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência lembrou que pessoa com deficiência representa uma situação e pessoa com transtorno mental representa outra. Ela destacou a existência da Câmara Técnica de Acessibilidade que reúne 18 secretarias municipais e outros órgãos. Para ela uma entidade similar referente à saúde mental seria bem vinda.