Pneus velhos podem ser usados no asfalto

por Assessoria Comunicação publicado 02/10/2009 14h30, última modificação 28/06/2021 06h26

A utilização da borracha dos pneus usados pode ser prevista em lei para a composição do asfalto em Curitiba. A proposta, de autoria do vereador Odilon Volkmann (PSDB), está em tramitação nas comissões permanentes da Câmara de Curitiba. Além da durabilidade, o parlamentar prevê a diminuição da poluição e confere utilidade para os pneus velhos.
De acordo com o documento, o asfalto utilizado na pavimentação ou reparo de vias públicas deverá ser composto de, no mínimo, 5% de borracha proveniente dos pneus velhos. A lei, se aprovada, valerá tanto para as empresas do município quanto para as terceirizadas. Volkmann explica que Curitiba já possui uma usina preparada para fabricar o asfalto-borracha, mas ainda não tem usina de moagem dos pneus velhos. "O pó de pneu pode ser obtido, inicialmente, das empresas da iniciativa privada de fabricação. Mais tarde, o Executivo também poderá estudar a viabilidade de construção ou instalação de uma usina desta natureza", diz.
O projeto visa, através de uma única iniciativa, beneficiar duplamente a população. Por um lado, reduzindo a poluição gerada pelo descarte irregular de pneus e suas consequências e, por outro, fazendo com que as ruas recebam pavimentação com características que o asfalto convencional não pode oferecer.
Durabilidade
O asfalto-borracha é 40% mais resistente que o asfalto comum e a durabilidade pode ser até 5,5 vezes mais alta. Além disso, proporciona maior aderência do pneu ao pavimento, vantajoso quanto à segurança. Cada quilômetro pavimentado com o produto consome 500 pneus velhos. Nos Estados Unidos, a produção desse tipo de massa asfáltica consome anualmente 12 milhões de pneus descartados.
Pioneirismo
A cidade de Phoenix, no Arizona (EUA), foi pioneira na utilização do chamado asfalto-borracha, aplicando-o na década de 1960 na pavimentação de diversas rodovias, pela alta durabilidade. Desde então, o asfalto-borracha vem despertando interesse nos Estados Unidos devido à capacidade de reduzir os ruídos nas rodovias. Comprovou-se que o pavimento diminui em média de sete a nove decibeis o barulho produzido pelo tráfego nas estradas.
No Brasil, o uso do asfalto-borracha mostra-se interessante pela grande poluição gerada com o descarte irregular de pneus velhos. O tempo de decomposição de um pneu é indeterminado, além de que esse material, se exposto à chuva, torna-se um recipiente de água parada e, por conseguinte, provável viveiro do mosquito da dengue. Em face disso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) obriga que as empresas fabricantes e importadoras de pneus façam a coleta ambientalmente adequada.