Plenário debate campanha interna contra assédio moral
A campanha “Assédio moral não! Ambiente de trabalho precisa ser legal”, lançada internamente nesta segunda-feira (11) na Câmara Municipal de Curitiba, foi comentada em plenário pelos vereadores. Maria Letícia Fagundes (PV) disse que foi “surpreendida” pela ação, que considerou “sensacional”. “Meu carinho e admiração pelo trabalho que está sendo conduzido pela Diretoria Geral, Diretoria de Finanças, Diretoria de Recursos Humanos e Diretoria de Comunicação.”
Noemia Rocha (PMDB) parabenizou a Diretoria de Comunicação e afirmou que esta é uma agenda positiva. “Vem trazer uma reflexão, uma conscientização. Quero parabenizar quem fez todo o formato, a foto, o conteúdo, porque existe [assédio moral] mesmo, e nesse mandato”, enfatizou. Ela relatou ter sofrido assédio de alguns colegas e que já está tomando as providências necessárias.
“Fiquei muito constrangida [sobre o assédio que diz ter sofrido no Legislativo]. Eu tive uma crise de choro, não queiram passar pelo que eu passei. Sei exatamente o que sente uma vítima de assédio moral. Grosseria, machismo eu recebi” garantiu. “Quando você sofre um assédio moral publicamente, Dr. Wolmir, é complicado. Eu falo "Dr. Wolmir" porque ele é o corregedor e a gente já está conversando.” Na semana passada ela já havia afirmado em plenário ter sido vítima de machismo.
O presidente da Casa, Serginho do Posto (PSDB), destacou que todos os setores estão empenhados na campanha. “Muito oportuna, na medida que mostra que as vítimas não devem ficar caladas”, frisou ele, que advertiu: “a direção da Câmara não vai admitir essas condutas”. De acordo com Serginho do Posto, o promotor Régis Sartori virá ao Legislativo na quarta (20) para falar sobre o tema.
Assédio sexual
Maria Letícia aproveitou a oportunidade para falar sobre o crime de assédio sexual no trabalho. Lembrou que a sanção ao crime é prevista no artigo 216 do Código Penal. “Senhores, isso é sério, isso é preocupante porque só 5% das denúncias por assédio sexual viram processos no Paraná. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, 52% das mulheres economicamente ativas já sofreram assédio sexual no trabalho, mas vários fatores contribuem para a subnotificação.”
Ela afirmou se orgulhar de fazer parte da Câmara, que atualmente “é muito sensível à causa das mulheres” e deu dicas de como comprovar o assédio sexual: ”bilhetes, cartas, mensagens eletrônicas, e-mails, depoimentos de testemunhas e o da própria vítima também têm valor como meio de prova”.
A campanha
“Assédio moral não! Ambiente de trabalho precisa ser legal” é o tema de uma campanha interna da Câmara para a conscientização de colaboradores efetivos e comissionados; chefes e subordinados; estagiários, terceirizados e vereadores. Lançada nesta segunda-feira (11) no Legislativo, vai trabalhar de forma preventiva e orientar as pessoas que aqui trabalham sobre o que é e o que não é assédio moral, dando exemplos claros de casos que configuram a prática e os que não configuram (saiba mais).
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