Plano nacional de combate ao crack é apresentado em Curitiba

por Assessoria Comunicação publicado 11/06/2010 15h55, última modificação 30/06/2021 07h43
Durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Curitiba nesta sexta-feira (11), o coordenador do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas e secretário executivo do Pronasci junto ao Ministério da Justiça, Ronaldo Teixeira, detalhou as medidas que serão tomadas para a redução do tráfico e consumo de drogas no Brasil. A capital do Paraná é a primeira cidade brasileira a receber Teixeira após o lançamento do plano em Brasília.
Ronaldo Teixeira explicou como o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack soma resultados ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), investindo em um novo paradigma de política pública. Em caráter emergencial, serão investidos R$ 410 milhões no setor somente neste semestre. Teixeira informou que, até o final de junho, a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) abrirá edital para a ampliação e fortalecimento da rede de tratamento dos dependentes químicos, no valor de R$ 100 milhões. Todos os municípios brasileiros poderão apresentar projetos, incluindo as comunidades terapêuticas.
"O nosso desafio não é só aumentar o policiamento, o número de postos de saúde. O governo federal quer recuperar a cultura da solidariedade, contra a cultura da solidão, que tem marcado as ações do setor nos últimos anos", explica Teixeira. A ideia é integrar os governos federal, estadual e municipal, combinando medidas de segurança pública e ações sociais de caráter preventivo. O Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas prevê iniciativas de reforço da autoridade, com o controle de fronteiras e o combate ao narcotráfico, e ações de fortalecimento das lideranças comunitárias, humanização da abordagem e tratamento e padronização dos ritos judiciais. Neste sentido, policiais, professores, profissionais da Saúde, estudantes, líderes comunitários e juízes passarão por atividades de capacitação.
Integração
A atividade desta sexta-feira é uma iniciativa do vereador Pedro Paulo (PT), com o apoio da Frente Parlamentar de Combate ao Crack da Câmara Municipal de Curitiba, criada por solicitação de Tico Kuzma (PSB). Organizada como uma audiência pública, a exposição de Ronaldo Teixeira atraiu gestores públicos dos governos federal e estadual, além de representantes das prefeituras da capital e região metropolitana. Integrantes de comunidades terapêuticas, líderes comunitários, profissionais da Saúde e Educação também participaram.
"A audiência foi bem sucedida na mobilização dos agentes sociais que precisam participar das medidas anunciadas, para que elas deem certo. Cada um tem uma obrigação a cumprir, tanto o governo federal quanto os municipais, que poderiam investir mais recursos próprios no combate ao crack", adverte o vereador Pedro Paulo. A presença de todas as esferas administrativas no evento é um sinal positivo, na visão do parlamentar.
Compuseram a mesa redonda o chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), José Paulo Betes; o secretário municipal Antidrogras de Curitiba, Nazir Abdalla Chain, representando o prefeito da capital, Luciano Ducci; o secretário de Governo de Pinhais, José Martins; o pastor Lori Massolin Filho, presidente da Comunidades Terapêuticas do Paraná (Compacta DQ), e Gleisi Hoffmann, ex-presidente estadual do Partido dos Trabalhadores.
Para Tico Kuzma, a atividade serviu para esclarecer o que será feito no setor. "Ficou claro que nós temos que assumir as nossas responsabilidades e procurar contribuir para o sucesso do plano. Todos nós, do governo federal, estadual, prefeituras e famílias, principalmente", disse o parlamentar. "Há dez anos, só haviam dez comunidades terapêuticas em Curitiba. Hoje, elas já chegam a 54 em toda a região metropolitana, auxiliando no tratamento de 1.500 pessoas", informou o pastor Massolin Filho. Presidente da entidade que reúne as comunidades terapêuticas do Paraná, ele informa que o tempo de tratamento varia de três meses a um ano, período em que os residentes permanecem internados nas comunidades.