Plano Diretor: "bike sharing" deverá ser implantado em 3 anos

por Assessoria Comunicação publicado 14/10/2015 16h00, última modificação 04/10/2021 09h22

Presente no texto-base do Plano Diretor de Curitiba como uma das diretrizes da política municipal da circulação de bicicletas, a implantação do sistema de "bike sharing" terá três anos para sair do papel. O prazo foi estabelecido por uma emenda dos vereadores Bruno Pessuti (PSC), Jonny Stica (PT) e Professor Galdino (PSDB), aprovada com unanimidade na sessão desta quarta-feira (14) da Câmara Municipal.

A proposição (034.00039.2015) também acrescenta ao inciso do artigo 39 do projeto de lei (005.00047.2015) que os locais em que as pessoas poderão pegar e deixar as bicicletas compartilhadas deverão ser integrados à malha cicloviária, aos pontos turísticos e a demais locais de interesse da capital. No texto-base, relacionava-se apenas à rede de transporte coletivo.

“O "bike sharing" é uma tendência das grandes cidades, que favorece o uso da bicicleta. A implantação poderá ser feita pela Urbs ou empresas privadas”, argumentou Pessuti. Ele sugere que o usuário do bilhete único, aprovado na semana passada, tenha acesso gratuito ao sistema (leia mais). O mapeamento dos pontos de compartilhamento de bicicletas caberia ao Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), destacou Stica.

“Muita gente critica a retirada de espaço dos carros para a circulação de bicicletas, mas esta política tem que ser firme, para mudar a visão da bicicleta ligada ao lazer para seu uso como meio de transporte ao trabalho”, afirmou. “O sistema de aluguel de bicicletas não pode ser tímido. Não adianta licitar seis pontos, como em outras gestões. Locais que inclusive já foram fechados, porque não tinham integração. Paris tem pontos a cada 300 metros. O sistema, no sentido econômico, precisa de subsídio. No Rio de Janeiro, por exemplo, é patrocinado por um banco.”

A mobilidade urbana também será favorecida por emenda de Helio Wirbiski (PPS) ao Plano Diretor, acatada pelos vereadores por unanimidade. A proposição (034.00080.2015) inclui o estímulo ao transporte corporativo na política municipal para o segmento.

“Que as empresas usem a mobilidade corporativa, com ônibus, vans e outros meios, para tirar carros das ruas. Se falamos em diretrizes para os próximos dez anos, esse tipo de transporte deve ser contemplado. Curitiba tem o quatro maior PIB entre as capitais, muito pela força de trabalho da região metropolitana”, disse Wirbiski. “Todos os dias, metade dos deslocamentos no Brasil tem um único destino: o local de trabalho”, complementou.

Morte zero no trânsito
Aprovada com unanimidade entre os vereadores, uma emenda de Bruno Pessuti e Carla Pimentel, ambos do PSC, modifica o inciso do Plano Diretor que trata da proteção aos cidadãos contra acidentes de trânsito, dentro da política municipal de mobilidade urbana (artigo 29). A proposição (034.00118.2015) retirou do texto-base a “redução da potencialidade” desses acidentes e adotou a meta de zerar as mortes no trânsito.

“É possível sim zerar as mortes no trânsito. A maior parte não são acidentes, e sim colisões que podem ser evitadas com engenharia de trânsito. Trazemos uma inovação jurídica à cidade de Curitiba, que sairá na frente”, argumentou Pessuti. “Cada morte no trânsito representa uma família que teve um ente querido roubado. Não é só um número. Precisamos de modais mais seguros. A morte zero não é utopia”, completou Carla.

“Smart cities”
Outra emenda (032.00140.2015) aprovada em plenário, dos vereadores Bruno Pessuti e Jonny Stica, inclui o conceito de cidades inteligentes, as “smart cities”, nos princípios da política de desenvolvimento urbano (artigo 13 do projeto de lei). A justificativa dos autores é que os modelos de gestão e planejamento territorial devem empregar “os mais modernos recursos tecnológicos para atender as necessidades locais, formando assim um verdadeiro ecossistema urbano,  interligado tecnologicamente, socialmente e economicamente”.
 
Para saber mais sobre a revisão do Plano Diretor, acesse o hotsite.

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