Plano de Recuperação gera debate sobre propaganda e tramitação

por Assessoria Comunicação publicado 22/05/2017 15h05, última modificação 18/10/2021 07h47

O chamado Plano de Recuperação de Curitiba, enviado pelo Executivo à Câmara Municipal no final de março e alvo de protesto dos servidores, gerou diferentes manifestações dos vereadores na sessão desta segunda-feira (22). Noemia Rocha (PMDB), por exemplo, foi à tribuna questionar campanha publicitária lançada pelo Executivo a favor dos projetos de lei. Ela disse que irá protocolar pedido de informações oficiais sobre os gastos com as propagandas, veiculadas em TV, rádio e encartadas em jornais, por exemplo.

Para Noemia, a propaganda está colocando a população contra os vereadores contrários ao Plano de Recuperação. “Hoje eu recebi este encarte, sem tiragem, sem jornalista responsável. Está em todos os jornais que circulam na cidade de Curitiba. Daí tem dinheiro para gastar, um valor que é exorbitante. Não é justo, enquanto [isso] se está negando os direitos dos servidores”, declarou. Segundo ela, o Executivo “está usando a máquina pública para convencer a população que o problema de Curitiba são os servidores e os pequenos credores”.

Professora Josete (PT), por sua vez, comentou o voto em separado que apresentou na Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização pela inadmissibilidade do projeto que atualiza o valor da meta fiscal de 2017 para R$ 2,19 bilhões negativos. O colegiado, no entanto, acompanhou o parecer do relator, Thiago Ferro (leia mais). A matéria, para a vereadora, traz diversas “incongruências”, como contratos já encerrados e que não constariam mais no Portal da Transparência da prefeitura.

Outro problema apontado por ela é que a proposta do Plano de Recuperação que pretende alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) vigente aponta deficit por despesas de pessoal, mas outo projeto congela planos de carreira e altera a forma como é concedida a reposição anual. “Eu solicito que a gente tenha mais reuniões com os secretários, para que se esgote todas as dúvidas, porque as reuniões tratam de todos os projetos ao mesmo tempo e daí não conseguimos esgotar nenhum. No meu entendimento não podemos votar nenhum deles, porque trazem um rol enorme de dúvidas.” Vice-líder do prefeito na Casa, Sabino Picolo (DEM) respondeu que os questionamentos dos vereadores, como os pedidos de informações, serão respondidos durante o trâmite nas comissões.

Polêmica
Líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB) parabenizou os vereadores dos colegiados de Legislação e de Economia pelo “trâmite célere a esses projetos”. “Que venham rapidamente à sessão plenária, para que possamos dar o retorno à população”, completou. O parlamentar disse “compreender os sindicatos”, que já pela manhã protestavam em frente ao Palácio Rio Branco, com fantasmas em alusão a dados corrigidos na semana passada em projeto do IPMC (leia mais), e declarou que o fim da contribuição sindical, mote de uma das reformas em tramitação no Congresso Nacional, “vai dar chance que esses sindicatos sejam derrotados”.

Cacá Pereira (PSDC) e Professora Josete reclamaram da generalização. “Troco 12 meses de salário de dirigente sindical por um mês de salário na Cohapar”, disse ele. “Há muitos sindicalistas sérios, que não enriquecem, assim como há políticos. Quando generalizamos cometemos um erro muito sério”, complementou ela.