Pesquisa eleitoral para 2016 repercute entre vereadores
A pesquisa de intenção de voto sobre as eleições municipais de 2016 em Curitiba, publicada nesta quarta-feira (11) no jornal Gazeta do Povo, repercutiu entre os vereadores da cidade. Durante a discussão, realizada nos horários reservados às lideranças partidárias e explicações pessoais dos parlamentares, houve comentários sobre o desempenho dos supostos candidatos Gustavo Fruet (PDT) e Ratinho Júnior (PSC) e sobre a administração municipal.
O primeiro a abordar o assunto foi o vereador Chico do Uberaba (PMN), para quem “o prefeito está despencando”. Ele destacou a liderança de Ratinho Júnior em um dos três cenários pesquisados pelo levantamento estimulado (quando uma lista de nomes é apresentada ao entrevistado). Nesse cenário, o atual secretário estadual tem 26,4%, contra 12,7% de Gustavo Fruet.
Em resposta a esse comentário, o líder do prefeito no Legislativo, Paulo Salamuni (PV) apontou que, na pesquisa espontânea (quando o entrevistado diz o que pensa sem consultar lista de candidatos, “de memória”), é Fruet quem lidera (4,3% contra 3,4% de Ratinho Júnior). “Quando veio à tribuna, o vereador omitiu essa informação”, rebateu Salamuni. “A pesquisa que vale é a última delas, feita nas urnas”, continuou.
Contudo, ao comentar a pesquisa, Chico do Uberaba também fez críticas à administração municipal, relacionando a derrota em um dos três cenários da pesquisa estimulada a deficiências que o parlamentar vê na gestão da prefeitura. “O prefeito ficou de mexer no secretariado, mas não o fez. Está aí o resultado. "Ô dó" de quem mora à beira do Canal Belém. As ruas do Uberaba têm 50 tons de cinza, parecem colcha de retalhos, e não é por falta de pedir”, declarou.
Pier Petruzziello (PTB) comentou que, apesar de também notar dificuldades no atendimento aos bairros, “Fruet tem uma conduta ilibada”. “No meio de todos esses escândalos, o prefeito não tem risco antiético na sua conduta”, declarou. A declaração motivou uma réplica de Valdemir Soares (PRB), que afirmou “não dar para jogar a ineficiência da gestão na conta do bom caráter do Gustavo Fruet. Bom caráter é obrigação”, disse.
Somando-se à opinião de Chico do Uberaba, Soares disse que a Prefeitura de Curitiba teria muito “secretário parasita”. Ambos fizeram pronunciamentos atribuindo problemas no atendimento aos bairros a deficiências nas gestões setorizadas do Executivo. Sobre a validade, ou não, da pesquisa, o parlamentar do PRB sugeriu que os vereadores “conversem com as pessoas nas ruas”. “Se não houver mudança, vai perder a eleição”, resumiu Soares.
Pedro Paulo (PT), que já foi líder do prefeito na Câmara Municipal, culpou o déficit deixado pela gestão anterior. “Esses R$ 500 milhões de rombo significaram menos investimentos, fizeram a cidade perder dois anos e meio”, atalhou o vereador. Ele elogiou Gustavo Fruet por “não esconder a verdade”. “Acabou aquela cidade de fantasia, que tínhamos até 2012. Gestor bom é aquele que reconhece as dificuldades, não aquele que engana”, afirmou. Pedro Paulo também criticou a ausência de comentários sobre o governo do Paraná durante esse debate.
“Para criticar o governo federal, tem vereador que vira deputado federal. Agora quando é para comentar assuntos do Paraná, ninguém fala. Ninguém fala que o Paraná não tem dinheiro sequer para a folha de pagamento”, assinalou, antes de atribuir as dificuldades financeiras do setor público a uma crise generalizada da arrecadação de impostos, “agravada pelo cenário internacional”.
Último a abordar o tema, Tito Zeglin (PDT) defende que “é preciso esquecer o passado” e destacar “as coisas boas”. Ele citou, por exemplo, a instalação de câmeras de segurança na Praça Rui Barbosa, a colocação do mesmo equipamento na avenida Winston Churchill, e a nova sede do Laboratório Municipal. “A intenção da secretaria municipal da Saúde é realizar a totalidade dos exames nesse novo equipamento”, apontou o vereador.
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