Pesquisa aponta uso de drogas entre crianças

por Assessoria Comunicação publicado 20/09/2005 16h25, última modificação 01/06/2021 10h21
Pesquisa recente do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) nas escolas revela que 47% das crianças de 10 a 12 anos já tiveram contato com as drogas (lícitas e ilícitas). O índice cresce e chega a 77% entre adolescentes de 13 a 15 anos; 85%, de jovens entre 16 a 18 anos, e 80,3%, entre maiores de idade. A informação é de Luis Fernando Ribeiro de Andrade, voluntário da Coordenadoria Estadual Antidrogas, órgão da Secretaria da Justiça, que fez palestra nesta terça-feira (20), no fórum de Prevenção e Cidadania, na Câmara de Curitiba. O evento, que segue até esta quarta-feira (21), é uma promoção do Centro de Prevenção das Escolas do Paraná, em parceria com o vereador Manassés Oliveira (sem partido).
Segundo Andrade, é preciso mostrar aos jovens e adolescentes os fatores de risco e as formas de proteção contra as drogas. E alerta que, conforme definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é toda substância que, introduzida no organismo vivo, pode modificar uma ou mais funções.
Na opinião de Andrade, os brasileiros estão usando drogas cada vez mais cedo. "Isso pode ser reflexo da ausência da família. Os pais precisam acompanhar os filhos na escola, impor limites, dar afeto, proteção e manter o diálogo permanente e diário. Isso não está acontecendo", diz. Outro fator seria a falta de conscientização da sociedade. "A sociedade precisa se conscientizar que, na festa junina da escola, por exemplo, não se pode oferecer quentão, principalmente às crianças, porque entre os ingredientes da bebida está o álcool."
Andrade diz que a solução está na educação. "A repressão policial só funciona junto com a educação. Mas, agora já existe lei estadual que prevê a inclusão do estudo e prevenção às drogas no currículo escolar. A lei foi assinada pelo governador Roberto Requião", afirma.
Cebrid
O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas funciona no Departamento de Psicobiologia da Unifesp (Universidade de São Paulo), antiga Escola Paulista de Medicina.