Participantes de audiência pedem mais transparência no transporte coletivo

por Assessoria Comunicação publicado 13/11/2015 16h50, última modificação 04/10/2021 11h20

Em uma audiência pública sobre o transporte coletivo realizada na Câmara de Curitiba nessa quinta-feira (12), participantes reivindicaram mais transparência na apresentação dos números e das ações da Urbs e das empresas que operam o sistema na cidade. Entidades de classe foram as primeiras a se manifestar e lembraram os atos já realizados para melhorar o serviço e baixar a tarifa. O evento reuniu Urbs, Ministério Público e Tribunal de Contas.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (SindiUrbano), Valdir Mestriner, listou alguns desses esforços. Ele lembrou de comissões nomeadas pelo prefeito para verificar a tarifa e a licitação do transporte e que foram apontados 25 itens irregulares numa primeira análise do edital.

“Aí vieram os relatórios da CPI da Câmara, de entidades sindicais, do Tribunal de Contas e todos apresentando irregularidades no mesmo sentido. Como funcionário da Urbs, muito me envergonha a Urbs não cumprir com sua obrigação. Não são os funcionários, é a direção da Urbs e o prefeito que não deixam os funcionários cumprirem com suas obrigações”, acusou.

Ele enfatizou que falta transparência na gestão do transporte público. “Precisamos saber a composição da tarifa. Ninguém sabe quantos usuários o sistema de transporte coletivo tem. Nem a Urbs sabe. O prefeito e seu preposto da Urbs são os responsáveis por esta falta de transparência”, apontou.

Minutos depois, o presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo, Maurício Gulin, informou que, em 2014, foram abertas todas essas informações. “Conseguimos realizar 9 milhões de viagens em 2014: 751 mil por mês e 25 mil por dia. Conseguimos atender a população em 99,2%, números da fonte do órgão gestor, sendo que nosso contrato prevê 95% de frequência”, revelou.  

O professor Lafaiete Neves, da Plenária Popular do Transporte Coletivo, reforçou o trabalho feito pela Comissão de Análise da Tarifa do Transporte Coletivo. “Nunca estivemos tão próximos de uma solução que chegue à tarifa justa. A comissão fez quatro meses de reuniões, o que resultou em um relatório com 111 sugestões em julho de 2013. Em maio, saiu finalmente uma decisão do Pleno, cabendo à Urbs executar a tarifa mais baixa.”

Para ele, deve haver punição dos responsáveis pela licitação, conforme foi indicado pelo relatório. “Não poderemos moralizar em nada este país. Só teremos pátria melhor para nossos filhos se melhorarmos ela hoje.” Ele afirmou que o transporte de Curitiba está em defasagem em relação a São Paulo, que dispõe de uma frota nova com ar-condicionado e wi-fi. ”Gostaria de também poder colocar wi-fi e ar-condicionado, como São Paulo. Porém, lá há um subsídio de R$ 1,8 bilhões”, respondeu Gulin.

Valter Fanini, vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge), lembrou que vem debatendo a questão do transporte desde a década de 1980. Ele criticou a desintegração do transporte coletivo e apontou também a responsabilidade da Comec na gestão do transporte integrado com a região metropolitana. “Tenho que confessar meu desalento. Temos que mudar, senão, daqui a 30 anos, teremos outras pessoas aqui discutindo a mesma coisa”, cogitou.

A iniciativa do evento foi de Jorge Bernardi (Rede), Bruno Pessuti (PSC), Chico do Uberaba (PMN) e Professora Josete (PT). Também participaram os vereadores Paulo Salamuni (PV), Paulo Rink (PPS), Professor Galdino (PSDB), Julieta Reis (DEM) e Jonny Stica (PT), Marcelo Araújo, representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), e o bruxo Chik Jeitoso.

Veja mais fotos no Flickr da Câmara.

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