A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) teve, na sessão desta quarta-feira (28), a formatura da segunda edição do Parlamento Jovem - programa desenvolvido em parceria com a Escola Judiciária, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), ao qual o Legislativo aderiu em 2017. Os vereadores mirins são alunos de Ensino Médio, do Colégio Sesi Boqueirão, e apresentaram em plenário um projeto de lei fictício, de combate à vulnerabilidade social. O grupo também foi certificado pela conclusão das atividades.

Empossados no final de 2018, os vereadores mirins participaram de dinâmicas ao longo do primeiro semestre deste ano. Eles puderam conhecer um pouco mais do processo legislativo, do funcionamento da CMC e do dia a dia do vereador. Em junho passado, os estudantes aprovaram uma proposta de lei fictícia, apresentada conforme os critérios legais.

>> Confira mais fotos da atividade no Flickr da CMC.

Foi o estudante Bernardo Ribeiro Bernart quem explicou aos vereadores a proposta da Semana de Conscientização e Combate à Vulnerabilidade Social, que coincidiria com o dia 17 de outubro. De acordo com ele, foram ouvidos moradores da cidade e turistas sobre como ajudar a população em situação de rua. Os alunos também buscaram parcerias para as ações sociais e de capacitação profissional, junto à iniciativa privada, o que não traria despesas aos cofres públicos.

A sugestão poderá ser encampada por um vereador da capital ou comissão da CMC – da primeira edição do Parlamento Jovem, por exemplo, resultaram as leis municipais 15.479/2019 e 15.480/2019. Aprovadas em junho passado, elas instituem, respectivamente, as semanas de Combate ao Bullying e do Ambientalismo Consciente.

A Câmara ainda abriu espaço para a apresentação da outra proposta dos vereadores mirins, da Semana de Conscientização ao Assédio Sexual, que abrangeria o dia 22 de maio. O projeto, pontuou a estudante Natalia Wolff Berhorst, não foi aprovado (por 4 votos a 2), “mas também era muito importante”. “As meninas que conversei, e alguns meninos, dizem que não se sentem tão seguros andando sozinhos nas ruas de Curitiba. É uma situação extremamente chata”, declarou.

Além de Bernardo e de Natalia, completaram as atividades os seguintes estudantes: Enzo Guedes Zaniolo, Isabela de Lima, Jhon Belisse Becker, Natalia Wolff Berhorst, Victor Hugo Fernandes da Silva e Vinícius Pierri Marques (que não compareceu à solenidade desta quarta). Izabela de Oliveira e Naj Ebrahim foram eleitos e empossados, mas se desligaram do programa.

No dia 14 de agosto, a Câmara de Curitiba empossou a terceira legislatura do Parlamento Jovem, formada por 33 alunos de Ensino Médio - de quatro unidades do Colégio Sesi e do Colégio Estadual Ernani Vidal. Com 20 vereadoras mirins, esta é a maior bancada feminina do programa no Legislativo da capital.

Saudações
Segundo-secretário da Comissão Executiva e vereador responsável por acompanhar as iniciativas da Escola do Legislativo, Professor Euler (PSD) saudou os estudantes. Para ele, o programa pode trazer benefícios para a formação dos jovens “para a vida inteira”. O parlamentar avaliou que, “independentemente de qualquer alinhamento ideológico”, é necessário trazer à tona sentimentos como ética, civismo, caráter e espírito de equipe.

“[A iniciativa] é sem dúvida uma extensão dos bancos escolares”, pontuou Euler, destacando o caráter multidisciplinar da iniciativa. “A Câmara Municipal de Curitiba, e agora também a Escola do Legislativo, são entusiastas do Parlamento Jovem, pois acreditamos ser um programa fundamental. Que o povo, vocês, sintam aqui o acolhimento necessário.”

“Parabéns e aguardamos mais bons projetos de vocês”, afirmou o presidente da CMC, vereador Sabino Picolo (DEM). Já de acordo com Tico Kuzma (Pros), o estudante Bernardo “conversou com a gente [Pros] e tem vontade de ser candidato [ao Legislativo] no ano que vem”.

“Cada vez que venho aqui, vejo que a gente é recebido com hospitalidade”, observou o presidente do TRE-PR, desembargador Gilberto Ferreira. “O projeto de vocês é muito importante, porque discute a vulnerabilidade social”, completou ele, que espera que a proposta seja encampada pelos vereadores. “Temos tido a oportunidade de percorrer o estado do Paraná [com o programa]. A experiência que o projeto tem proporcionado a todos os alunos tem sido excepcional”, acrescentou o diretor executivo da Escola Judiciária Eleitoral, juiz Carlos Alberto Costa Ritzmann.

Do TRE-PR, também participaram da solenidade de formatura dos vereadores mirins a chefe da Gestão de Programas Institucionais da Escola Judicária, Mary Ogawa; a juíza Flávia Viana, da 4ª Zona Eleitoral; e o diretor-geral, Valcir Mombach. Do Sesi Boqueirão, compareceram o professor Gerson Brelaz, docente da disciplina de Geografia; a pedagoga Suelen Pawlak; e a diretora, Juliana Maia da Silva Nascimento.