Parlamentares e ONGs defendem os animais

por Assessoria Comunicação publicado 03/06/2005 17h55, última modificação 25/05/2021 08h17
O deputado federal Affonso Camargo (PSDB) se comprometeu a marcar audiência com a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, para tentar garantir a adoção de medidas de proteção aos animais, especialmente a proibição de uso de animais em circos. A promessa foi feita nesta sexta-feira (3), durante a realização de seminário que discutiu o assunto na Câmara de Curitiba. O encontro, organizado pelo vereador Jair Cézar (PTB), 1º vice-presidente da Casa, abriu espaço para o debate com representantes de diversas entidades ligadas ao assunto, para subsidiar seu projeto que proíbe a utilização de animais selvagens, domésticos, nativos ou exóticos em espetáculos circenses.
O documento está em tramitação na Câmara e tem votação em plenário prevista para agosto, segundo o parlamentar. “Não somos inimigos do circo, mas contra esse descaso com os animais. Queremos que os proprietários de circo se conscientizem que têm que dar o trato adequado”, defende o vereador.
Affonso Camargo também tem projeto de proteção aos animais de circo em apreciação na Câmara Federal. “Esta tem que ser uma decisão do governo federal, afinal é investimento que deve ser feito para que esses animais tenham lugar específico onde possam ser bem tratados depois que for proibida a sua utilização nos circos”, disse.
Preocupação
O que fazer com estes animais no período de adaptação (depois que não estiverem mais nos circos, mas ainda sem destino específico) é uma das preocupações do vereador Jair Cézar, ONGs e Ibama. Os projetos defendem a proibição do uso dos animais em espetáculos circenses e dão prazo de três anos para o encaminhamento destes animais. O parlamentar defende a idéia de que a responsabilidade durante esse período não seja do proprietários de circos. “Se enquanto os animais estão dando lucro para o circo são maltratados, imagine o que os empresários não fariam com os bichos nesse período em que não pudessem mais utilizá-los e ainda tivessem a responsabilidade sobre eles”, argumentou.
Elizabeth Mac Gregor, da World Society for de Protection of Animals (WSPA), organização internacional de proteção aos animais, disse que o Ibama tem projeto de lei prevendo o registro, esterilização e encaminhamento dos animais depois da proibição, porém argumentou que o grande problema é o destino desses animais. “O município, Estado e governo federal também têm responsabilidade sobre o assunto. O Ibama, infelizmente, não pode dar conta sozinho. Só é possível fazer alguma coisa quando houver estrutura preparada para manter os animais quando não forem mais utilizados nos circos”, defendeu a bióloga Rosete Xavier da Silva, representante da superintendência do Ibama.
Participação
Compareceram, ainda, Ricardo Ramires, representando a Secretaria Estadual do Meio Ambiente; Wilsiomar Garcia, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, líderes de Organizações Não Governamentais ligadas à proteção animal, além dos vereadores Tico Kuzma (PPS), Angelo Batista (PP), Serginho do Posto e Paulo Salamuni (PMDB). Apesar de convidados, os representantes de circos não compareceram ao seminário.