Para efeitos legais, projeto de lei torna fibromialgia uma deficiência

por Ana Claudia Krüger | Revisão: Ricardo Marques — publicado 14/06/2024 08h25, última modificação 14/06/2024 07h49
Proposta que tramita na Câmara de Curitiba pretende garantir às pessoas com fibromialgia os mesmos direitos da PcD.
Para efeitos legais, projeto de lei torna fibromialgia uma deficiência

Uma das principais características da fibromialgia são dores intensas em todo o corpo, sem motivo aparente. (Foto: Divulgação/Pexels)

Projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) pretende reconhecer o portador de fibromialgia como pessoa com deficiência (PcD), com a finalidade de garantir os mesmos direitos previstos na legislação. A fibromialgia é uma doença crônica multifatorial e está relacionada ao funcionamento do sistema nervoso central.

De acordo com a proposta de lei, as pessoas com fibromialgia seriam consideradas “possuidoras de impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual e sensorial”. As limitações impostas pela doença “podem dificultar ou até impedir a participação plena na sociedade em igualdade de condições com os outros indivíduos”, diz o autor do projeto, vereador Pier Petruzziello  (PP). 

Para a identificação da pessoa com fibromialgia, a proposição impõe a necessidade de apresentação de laudo médico (005.00065.2024). A proposição destaca que a fibromialgia pode gerar quadros que a caracterizam como deficiência, o que exige o cumprimento dos princípios da Lei Brasileira de Inclusão. 

Uma das principais características da doença são dores intensas em todo o corpo, sem motivo aparente. “Além das dores, geralmente está associada à falta de sono, cansaço, síndrome do cólon irritável e distúrbios psicológicos, como ansiedade e depressão”, acrescenta o parlamentar.

“Atualmente não há cura para a fibromialgia, tornando o tratamento essencial para evitar a progressão da doença”, diz a justificativa da matéria. Embora não seja fatal, “a fibromialgia impõe severas restrições à vida dos pacientes, impactando negativamente em aspectos sociais, profissionais e afetivos, resultando em uma queda significativa na qualidade de vida”, acrescenta o texto. 

Como funciona o trâmite do projeto de lei?

O projeto, que foi protocolado no dia 16 de maio, aguarda parecer da Procuradoria Jurídica da Câmara (Projuris) para então ser avaliado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se admitido, seguirá para análise das demais comissões temáticas da Casa, sem um prazo definido para conclusão da tramitação. Uma vez aprovado pelo Legislativo e sancionado pela Prefeitura, entrará em vigor na data da sua publicação no Diário Oficial do Município. 

O teor dos projetos de lei é de responsabilidade dos seus autores. A divulgação deles pela CMC faz parte da política de transparência do Legislativo, pautada pela promoção do debate público e aberto sobre o trabalho dos vereadores. Atenta ao princípio constitucional da publicidade, a Diretoria de Comunicação Social segue a instrução normativa 3/2022.