Palestras marcam comemoração do Dia Internacional da Mulher
As vereadoras da Câmara Municipal de Curitiba reuniram, nesta sexta-feira (11), diversas lideranças femininas para comemorar a passagem do Dia Internacional da Mulher. Duas palestras retrataram a luta permanente pela igualdade de direitos entre os gêneros, com a pesquisadora e professora da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Nanci Stancki da Luz, relatando as conquistas e desafios das mulheres no último século, e a secretária de Estado da Justiça e da Cidadania, Maria Tereza Uille Gomes, que deu um testemunho pessoal da sua trajetória profissional de sucesso.
As vereadoras Julieta Reis (DEM), Professora Josete (PT), Renata Bueno (PPS), Noemia Rocha (PMDB) e Dona Lourdes (PSB) destacaram a importância da participação feminina em todos os aspectos da vida humana, da família ao mundo do trabalho e da valorização das mulheres em papéis públicos de decisão. As parlamentares agradeceram o público que prestigiou a atividade, cuja continuação, na noite desta sexta-feira, homenageará 18 personalidades femininas locais, com reconhecida atuação em benefício da cidade. Anualmente o dia 8 de março é celebrado pela bancada de vereadoras da Câmara, da qual também faz parte a vereadora Nely Almeida (PSDB).
Direitos civis
Para a pesquisadora Nanci da Luz, da UTFPR, a história da conquista de direitos civis pelas mulheres no Brasil possui dois marcos importantes. O primeiro é 1932, quando elas obtém a garantia do voto e a possibilidade de lançarem-se candidatas a cargos públicos. A professora e membro do Grupo de Estudos de Gênero da universidade disse que até esse período a sociedade brasileira negava às mulheres direitos essenciais como o acesso à educação e à propriedade, o que as tornava dependentes do poder detido pelos homens.
O segundo momento é a redação do artigo quinto da Consituição Brasileira, que afirma serem todos iguais perante a lei. “Apesar disto, as mulheres ainda não alcançaram o poder de decisão sobre as sua vidas e os seus corpos, definido no Plano Nacional de Políticas para Mulherers”, afirma Nanci. Para a pesquisadora, as mulheres sofrem com uma dominação sutil, em que momentos de afetuosidade dificultam a sua percepção da subordinação financeira e emotiva a que são submetidas. “Quando as mulheres deixam os lares para participar do mundo do trabalho encontram mais dificuldades que os homens, como salários mais baixos, profissões menos prestigiadas e a informalidade”, explica.
“Hoje, as mulheres são mais da metade da população brasileira, mas não estão representadas corretamente nos parlamentos. Apenas 13% dos senadores são mulheres e 8,77% dos deputados federais. Na Assembleia do Paraná o número cai para 7,4% dos deputados. Na Câmara de Curitiba, 17% dos vereadores são mulheres. É uma situação melhor, mas ainda muito abaixo do que deveria ser”, defende Nanci. Ela afirmou que a reserva de 30% das candidaturas é insuficiente para garantir a participação das mulheres na política, defendendo mais políticas afirmativas para a população feminina. Defendeu a Lei Maria da Penha e novas medidas que preservem mulheres da violência.
Exemplo de sucesso
A secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Maria Tereza Uille Gomes, relatou a sua trajetória profissional de sucesso durante a palestra que proferiu. O pedido partiu das vereadoras de Curitiba, que viram nela um exemplo de mulher que soube se sobressair em um ambiente dominado por homens. A secretária é promotora de Justiça desde 1987, quando ingressou no Ministério Público do Paraná aos 22 anos de idade. Trabalhou em diversas cidades do interior antes de fixar-se em Curitiba, onde foi a primeira mulher eleita presidente da Associação de Paranaense do Ministério Público em 48 anos da instituição. Também foi a primeira mulher a assumir a procuradoria-geral da Justiça em 100 anos. Em 2010, recebeu o convite do governador Beto Richa para assumir a secretaria.
“Eu acredito que temos que superar a imagem da mulher vitimizada, pois temos as condições para transformar a sociedade. A ação das mulheres pode fazer isso, temos que exercer essa capacidade”, afirmou Maria Tereza. Durante a palestra, ela antecipou que a nova sugestão de lei para a criação da Defensoria Pública será enviada para a Assembleia até o dia 19 de maio, junto com a criação da carreira no quadro funcional do Estado. “Estamos estudando o que há de mais avançado no Brasil para isso. Queremos abrir concurso público para a Defensoria até o final deste ano”, disse a secretária.
Com a reorganização administrativa do Paraná, ela será a responsável por 30 mil pessoas detidas no sistema penitenciário. “O meu sonho é, nestes quatro anos, erradicar o analfabetismo entre a população carcerária e promover a educação à distância dentro das celas, com um sistema em que dias de estudo sirvam para redução da pena”, informou. Para as duas mil mulheres presas, ela anunciou um programa de saúde em parceria com outras secretarias de Estado para o diagnóstico e prevenção de doenças.
Representatividade
Participaram da atividade lideranças dos mais diversos setores, como Alzimara Bacellar, presidente da Federação das Mulheres do Paraná; Ana Borghetti, do Conselho Municipal da Condição Feminina de Curitiba; Kazuco Akamine, vice-presidente e coordenadora do Conselho da Mulher Executiva; Chang Yen, vice-presidente da Associação Brasileira de Mulheres Médicas; Francisca Meireles, assessora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Jucimeri Silveira, presidente do Conselho Regional de Serviço Social; Nilva Passeto, coordenadora da Comissão da Mulher Contabilista do conselho profissional da categoria; Elin Queiroz, vice-presidente da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil; Marlei Fernandes, presidente da APP-Sindicato; Hilma Santos, da coordenação do Movimento Nacional de Luta pela Moradia; a 2ª tenente Gisele Machado, representando o coronel Hercules Donadello, comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, e Márcia Beninca, presidente da Associação Paranaense do Ministério Público.
Tânia Gomes, presidente do Instituto Humsol; Daiane Kehl, da Associação de Moradores Dom Bosco; Elaine Kintopp, do Clube de Mães Nova Esperança; David Machado, do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário; Rosicler Borges, presidente do Clube dos Idosos Aquarela no Boa Vista; Maria Albuquerque, presidente da ONG Espaço Viver; Nilda Gonçaves, diretora geral da Afece; Roseli Rosa, da Igreja Visão Missionária; Maria Lúcia Gomes e Luci Soares, dos conselhos de segurança da Aŕea Central e Campo do Santana, respectivamente, também acompanharam as palestras. Participaram aind da atividade a vereadora Lirani Franco (PT), de Fazenda Rio Grande; Ângela Donha, do PPS Mulher; Ana Célia Lourenção, presidente da zonal Portão do PT; a jornalista Silvia Calciolari, do mandato da deputada federal Rosane Ferreira (PV), e Márcia Souza, assessora do deputado federal Dr. Rosinha (PT).
As vereadoras Julieta Reis (DEM), Professora Josete (PT), Renata Bueno (PPS), Noemia Rocha (PMDB) e Dona Lourdes (PSB) destacaram a importância da participação feminina em todos os aspectos da vida humana, da família ao mundo do trabalho e da valorização das mulheres em papéis públicos de decisão. As parlamentares agradeceram o público que prestigiou a atividade, cuja continuação, na noite desta sexta-feira, homenageará 18 personalidades femininas locais, com reconhecida atuação em benefício da cidade. Anualmente o dia 8 de março é celebrado pela bancada de vereadoras da Câmara, da qual também faz parte a vereadora Nely Almeida (PSDB).
Direitos civis
Para a pesquisadora Nanci da Luz, da UTFPR, a história da conquista de direitos civis pelas mulheres no Brasil possui dois marcos importantes. O primeiro é 1932, quando elas obtém a garantia do voto e a possibilidade de lançarem-se candidatas a cargos públicos. A professora e membro do Grupo de Estudos de Gênero da universidade disse que até esse período a sociedade brasileira negava às mulheres direitos essenciais como o acesso à educação e à propriedade, o que as tornava dependentes do poder detido pelos homens.
O segundo momento é a redação do artigo quinto da Consituição Brasileira, que afirma serem todos iguais perante a lei. “Apesar disto, as mulheres ainda não alcançaram o poder de decisão sobre as sua vidas e os seus corpos, definido no Plano Nacional de Políticas para Mulherers”, afirma Nanci. Para a pesquisadora, as mulheres sofrem com uma dominação sutil, em que momentos de afetuosidade dificultam a sua percepção da subordinação financeira e emotiva a que são submetidas. “Quando as mulheres deixam os lares para participar do mundo do trabalho encontram mais dificuldades que os homens, como salários mais baixos, profissões menos prestigiadas e a informalidade”, explica.
“Hoje, as mulheres são mais da metade da população brasileira, mas não estão representadas corretamente nos parlamentos. Apenas 13% dos senadores são mulheres e 8,77% dos deputados federais. Na Assembleia do Paraná o número cai para 7,4% dos deputados. Na Câmara de Curitiba, 17% dos vereadores são mulheres. É uma situação melhor, mas ainda muito abaixo do que deveria ser”, defende Nanci. Ela afirmou que a reserva de 30% das candidaturas é insuficiente para garantir a participação das mulheres na política, defendendo mais políticas afirmativas para a população feminina. Defendeu a Lei Maria da Penha e novas medidas que preservem mulheres da violência.
Exemplo de sucesso
A secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Maria Tereza Uille Gomes, relatou a sua trajetória profissional de sucesso durante a palestra que proferiu. O pedido partiu das vereadoras de Curitiba, que viram nela um exemplo de mulher que soube se sobressair em um ambiente dominado por homens. A secretária é promotora de Justiça desde 1987, quando ingressou no Ministério Público do Paraná aos 22 anos de idade. Trabalhou em diversas cidades do interior antes de fixar-se em Curitiba, onde foi a primeira mulher eleita presidente da Associação de Paranaense do Ministério Público em 48 anos da instituição. Também foi a primeira mulher a assumir a procuradoria-geral da Justiça em 100 anos. Em 2010, recebeu o convite do governador Beto Richa para assumir a secretaria.
“Eu acredito que temos que superar a imagem da mulher vitimizada, pois temos as condições para transformar a sociedade. A ação das mulheres pode fazer isso, temos que exercer essa capacidade”, afirmou Maria Tereza. Durante a palestra, ela antecipou que a nova sugestão de lei para a criação da Defensoria Pública será enviada para a Assembleia até o dia 19 de maio, junto com a criação da carreira no quadro funcional do Estado. “Estamos estudando o que há de mais avançado no Brasil para isso. Queremos abrir concurso público para a Defensoria até o final deste ano”, disse a secretária.
Com a reorganização administrativa do Paraná, ela será a responsável por 30 mil pessoas detidas no sistema penitenciário. “O meu sonho é, nestes quatro anos, erradicar o analfabetismo entre a população carcerária e promover a educação à distância dentro das celas, com um sistema em que dias de estudo sirvam para redução da pena”, informou. Para as duas mil mulheres presas, ela anunciou um programa de saúde em parceria com outras secretarias de Estado para o diagnóstico e prevenção de doenças.
Representatividade
Participaram da atividade lideranças dos mais diversos setores, como Alzimara Bacellar, presidente da Federação das Mulheres do Paraná; Ana Borghetti, do Conselho Municipal da Condição Feminina de Curitiba; Kazuco Akamine, vice-presidente e coordenadora do Conselho da Mulher Executiva; Chang Yen, vice-presidente da Associação Brasileira de Mulheres Médicas; Francisca Meireles, assessora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Jucimeri Silveira, presidente do Conselho Regional de Serviço Social; Nilva Passeto, coordenadora da Comissão da Mulher Contabilista do conselho profissional da categoria; Elin Queiroz, vice-presidente da Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil; Marlei Fernandes, presidente da APP-Sindicato; Hilma Santos, da coordenação do Movimento Nacional de Luta pela Moradia; a 2ª tenente Gisele Machado, representando o coronel Hercules Donadello, comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, e Márcia Beninca, presidente da Associação Paranaense do Ministério Público.
Tânia Gomes, presidente do Instituto Humsol; Daiane Kehl, da Associação de Moradores Dom Bosco; Elaine Kintopp, do Clube de Mães Nova Esperança; David Machado, do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário; Rosicler Borges, presidente do Clube dos Idosos Aquarela no Boa Vista; Maria Albuquerque, presidente da ONG Espaço Viver; Nilda Gonçaves, diretora geral da Afece; Roseli Rosa, da Igreja Visão Missionária; Maria Lúcia Gomes e Luci Soares, dos conselhos de segurança da Aŕea Central e Campo do Santana, respectivamente, também acompanharam as palestras. Participaram aind da atividade a vereadora Lirani Franco (PT), de Fazenda Rio Grande; Ângela Donha, do PPS Mulher; Ana Célia Lourenção, presidente da zonal Portão do PT; a jornalista Silvia Calciolari, do mandato da deputada federal Rosane Ferreira (PV), e Márcia Souza, assessora do deputado federal Dr. Rosinha (PT).
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba