Palestra alerta sobre riscos da luz azul

por Assessoria Comunicação publicado 25/11/2010 18h55, última modificação 01/07/2021 10h39
Vereadores e funcionários da Câmara Municipal de Curitiba foram comunicados, nesta quinta-feira (25), sobre os riscos que a maior utilização de lâmpadas de halogênio metálico traz para a visão. Cada vez mais utilizadas no mercado da construção civil, as lâmpadas são comuns em shoppings, supermercados e grandes escritórios, por serem econômicas e mais baratas.
A exposição prolongada a este tipo de lâmpadas pode levar à degeneração macular, uma doença mais comum na velhice, que escurece o centro do campo da visão. O problema está na intensidade com que o produto emite a chamada “luz azul”, um tipo particular de radiação que lesiona as células da retina.
O alerta foi feito pela oftalmologista do Hospital das Clínicas, Tania Schaefer, convidada pelo setor de Medicina de Saúde Ocupacional (SMSO) da Casa para uma das palestras da Semana Plena Saúde 2010. “É importante tratar deste assunto na Câmara Municipal, pois ela possui meios de controlar a utilização do produto”, sugere Tania. Estima-se que, em 25 anos, o descontrole no uso da luz azul terá contribuído para que o número de pessoas que apresenta problemas de visão salte de 31% para 75% da população mundial.
Palestras
Tania, que é presidente da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria (Soblec) e representante do Comitê Internacional de Trabalho e Visão no Brasil, foi convidada pelo SMSO para falar sobre a qualidade de visão no trabalho. Já o médico psiquiatra Hamilton Grabowski tratou dos desafios e preconceitos relacionados às doenças mentais, como a depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e esquizofrenia.
Aos vereadores e funcionários da Câmara, a oftalmologista recomendou ambientes com distribuição homogênea da luz. A superfície dos móveis não pode ser brilhante e as janelas precisam de cortinas, para evitar fontes indiretas de luz que sobrecarreguem a visão e aumentem o cansaço. “Muitas vezes, uma iluminação inadequada faz com uma pessoa sem doença da visão termine o dia de trabalho cansada, com a vista prejudicada”, explicou a médica.
Para estações de trabalho utilizadas por mais de uma pessoa, ela sugeriu a higienização de teclados, mouse e monitor a cada troca de pessoal. Comer ao lado do computador também foi desaconselhado. “Se o ambiente não estiver limpo, o trabalhador pode estar exposto repetidamente a fontes de irritação e alergia”, explica.
Desafios e preconceitos
O médico psiquiatra Hamilton Grabowski, pesquisador e membro do Conselho Fiscal da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, retornou à Câmara Municipal, após uma participação bem acolhida pelos vereadores e funcionários em 2009, na primeira edição da Semana Plena Saúde.
Com trechos selecionados de filmes, ele procurou demonstrar como as doenças mentais são enxergadas pela sociedade. Relatou a história de John Nash, matemático ganhador do prêmio Nobel, que sofria de esquizofrenia (“Uma Mente Brilhante”); a depressão sofrida pela escritora Virgínia Woolf (“As Horas”), que a levou ao suicídio, e os personagens de ficção vividos por Jack Nicholson nos filmes “Um Estranho no Ninho”, quando ele recebe tratamento de eletrochoque em um hospício, e “Melhor é Impossível”, onde representa uma pessoa com transtorno obsessivo-compulsivo.
“A Organização Mundial de Saúde recomenda quatro psiquiatras para cada 100 mil habitantes. No Brasil, a média é de 0.06. A realidade hoje é diferente de quando eu me formei. A saúde mental é mais bem vista, mas ainda temos muitos desafios”, afirmou Grabowski. O médico informou os sintomas das doenças mais comum, explicou os tratamentos e reforçou a importância de superarmos o preconceito contra as doenças mentais – que afetam um número cada vez maior de pessoas.