Palestra aborda razões dos distúrbios do sono

por Assessoria Comunicação publicado 13/11/2008 17h50, última modificação 22/06/2021 09h08
“Hoje, 10% da população não dormem bem e cerca de 1/3 dos adultos sofre de insônia crônica, considerado o principal distúrbio do sono.” A informação é do médico neurologista José Luís Maida Júnior, durante palestra sobre distúrbios do sono, nesta semana, na Câmara Municipal. O evento, no auditório do Anexo II, deu continuidade ao programa de prevenção à saúde dos funcionários e vereadores da Casa, desenvolvido pelo Setor de Medicina de Saúde Ocupacional, desde maio do ano passado. O especialista afirmou aos servidores que dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico. Segundo ele, durante o sono, ocorrem vários processos metabólicos, que, se alterados, podem afetar o equilíbrio do organismo a curto, médio e longo prazos. Disse, ainda, que não existe quantidade obrigatória de sono como muitas pessoas pensam. “O normal é dormir de 6 a 8 horas. Porém, o importante é acordar bem disposto”, afirmou.
Maida utilizou um vídeo para mostrar gráficos com estudos e exemplos de distúrbios do sono, sonambulismo, bruxismo, terror noturno, ronco, síndrome das pernas inquietas, além de outros problemas, como a síndrome da apnéia do sono, que tem início em qualquer idade, inclusive no período neonatal. “Por terem evoluções próprias e distintas, os distúrbios do sono devem ser estudados isoladamente”, alertou, mostrando que cada um tem uma curva diferente em função da idade e segue um padrão relativamente característico de distribuição, de acordo com os estágios do sono, embora a maioria se agrupe no primeiro terço da noite.
O especialista alertou que “aqueles que dormem menos do que o necessário ou que não conseguem um sono de qualidade têm menor vigor físico, ficam propensos a infecções, à obesidade, à hipertensão, ao diabetes, envelhecimento precoce, podendo ficar sonolentos durante o dia.” Inúmeras foram as causas apontadas pelo especialista capazes de influenciar no sono. Entre elas, o fumo, ansiedade, pânico ou depressão, álcool, remédios estimulantes ou para emagrecer e prática de exercícios próximo da hora de dormir.
Na opinião do neurologista, quando a capacidade de dormir é alterada, as causas devem ser investigadas, sugerindo que as pessoas procurem um clinico geral ou neurologista. “São mais de 70 possíveis distúrbios já conhecidos.” O tratamento é diferente para cada caso, podendo ter auxílio de aparelhos, no caso, por exemplo, da apnéia. Porém, na maioria das vezes, o tratamento é comportamental. Disciplinar o tempo do sono, evitar cochilos à tarde, optar por comidas leves associadas ao leite, além de exposição ao sol e à luz e banhos quentes, também podem ajudar para um sono de qualidade.