Outdoor pelo "fim dos privilégios a deficientes" revolta vereadores

por Assessoria Comunicação publicado 30/11/2015 12h55, última modificação 05/10/2021 07h29

Assinado pelo “Movimento pela Reforma de Direitos” (MRD), um outdoor com a inscrição “Pelo Fim dos Privilégios a Deficientes” foi criticado por diversos vereadores, nesta segunda-feira (30), durante a sessão plenária. A questão foi denunciada pela rádio Banda B, em reportagem motivada por queixas da população. O outdoor fica na rua Santa Cecília, no bairro Vista Alegre. “Quem faz isso não tem amor no coração”, queixou-se Zé Maria (SD).

O parlamentar do Partido Solidariedade utilizou o espaço dedicado às explicações pessoais, já no fim da sessão plenária, para pedir aos vereadores apoio no enfrentamento dessa ideia. “Não existe privilégio para as pessoas com deficiência. Vagas especiais e caixas exclusivos são sinais de respeito, são leis”, defendeu Zé Maria, que classificou o MRD como “movimento do ódio”. “Querem debater? Podemos debater. Não podemos é desrespeitar, que isso vira ódio”, concluiu.

“Hoje é contra as pessoas com deficiência, amanhã é contra outras pessoas. Temos que demonstrar nosso repúdio e descobrir a origem desse movimento, para denunciar ao Ministério Público”, emendou Pedro Paulo (PT). “Olha a que ponto estamos chegando! Depois disso tudo vem a ditadura, vem o fascismo”, comentou Paulo Salamuni (PV). “Esse outdoor é absurdo. As pessoas estão perdendo a noção do ridículo”, afirmou Pier Petruzziello (PTB).

Julieta Reis (DEM), Noemia Rocha (PMDB), Chico do Uberaba (PMN) e Rogério Campos (PSC) também criticaram publicamente o outdoor. “Esse é o custo da democracia: até os ridículos podem expor o que pensam”, declarou, exaltado, Cacá Pereira (PSDC).

Movimento anônimo
O MRD possui uma página na rede social Facebook em que defende o fim das cotas em concurso público, o fim da gratuidade a deficientes, o fim da isenção de impostos na compra do carro zero, a redução de 50% em filas e assentos exclusivos e o fim das cotas para deficientes em empresas. No Facebook, a página tinha 70 curtidas nesta manhã e escondia informações sobre seus criadores. A postagem mais antiga é da madrugada desta segunda-feira.

Além do perfil na rede social, o MRD também tem uma petição pública, já assinada por seis pessoas, em que defende essas medidas. “O Movimento pela Reforma de Direito tem objetivos muito claros. Queremos parar de ser prejudicados por leis que privilegiam uma minoria e esquecem a maioria”, dizem.