Os Manuscritos: CMC publica documentos históricos digitalizados

por Assessoria Comunicação publicado 17/12/2018 12h25, última modificação 03/11/2021 10h00

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) publicou, nesta segunda-feira (17), o hotsite “Os Manuscritos”, que traz atas e documentos digitalizados com mais de 300 anos, com a proposta de resgatar e democratizar o acesso à história da cidade. Realizado durante a sessão plenária, o lançamento contou com a participação do prefeito Rafael Greca; do vice-prefeito, Eduardo Pimentel Slaviero; e da presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Ana Cristina de Castro, dentre outras autoridades.

Uma das dez obras já disponíveis para consulta no hotsite é o Livro Tombo da cidade, que reúne documentos a partir de 1668 – ou seja, anteriores à fundação da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, em 1693. A determinação para que o material histórico fosse reunido partiu do ouvidor Raphael Pires Pardinho, em 1721. A versão original está sob a guarda da FCC, que a restaurou em 2008, em parceria com a Fundação Casa de Rui Barbosa, do Rio de Janeiro. Ele foi hidratado, por exemplo, para ficar mais flexível (confira).

O presidente da Casa, Serginho do Posto (PSDB), destacou os convênios que viabilizaram a execução do projeto “Os Manuscritos – Documentos Históricos de Curitiba”. O primeiro deles, para a guarda e restauro do acervo do Legislativo, foi firmado com a FCC, em março de 2017. Com o Arquivo Público Municipal, o Legislativo firmou convênio para a digitalização de documentos, em agosto deste ano.

Nos próximos anos, salientou Serginho, serão digitalizados e publicados os mais de 170 itens do restante do acervo histórico da Câmara. “Para nós é importante não só a preservação dos documentos, hoje sob a guarda da fundação [até a CMC os solicitar novamente], mas também a facilidade que a pessoa, de qualquer parte do mundo, terá acesso a essas informações, a esses livros”, declarou. Em sua avaliação, este é um legado da gestão, voltado à preservação da história e da cultura da cidade.

“Monumento cultural”
Greca disse que o Livro Tombo foi achado por ele em uma caixa de papelão, na década de 1980, em um depósito do Palácio 29 de Março, junto a outros documentos esquecidos ao longo do tempo. Além do “ordenamento” realizado pelo ouvidor Pardinho, o prefeito destacou o trabalho do pesquisador Francisco Negrão, responsável por transcrever atas, o próprio Livro Tombo e outros registros históricos da capital (leia mais). “Agora outros historiadores virão”, apontou, sobre a facilidade da consulta online, sem risco à conservação das obras originais.

Os documentos da Câmara, acrescentou Greca, “estão sendo eternizados em um monumento cultural, oferecidos a todos que queiram conhecer a história de Curitiba”. Para o prefeito, podem se somar ao hotsite materiais hoje sob a guarda do Arquivo Público do Paraná e mesmo em instituições europeias, referentes à cidade. “Não existe uma cidade sem história. Não existe um povo sem cultura”, disse ele. “O que não se compartilha se perde. O que não se dá se perde.”

Segundo Ana Cristina, a coleção da Fundação Cultural de Curitiba possui mais de 300 mil itens, que antes de serem disponibilizados ao público passam por um trabalho de revitalização. Ela falou sobre a criação da FCC, da importância do convênio firmado com a CMC e dos 3 livros que somarão aos 176 do acervo do Legislativo. “Os volumes [originais] ficarão armazenados na Casa da Memória”, declarou.

Diretor de Comunicação da Casa, Filipi Oliveira apresentou ao público o conceito e as funcionalidades do hotsite. Também relatou curiosidades disponíveis para pesquisa. O trabalho, apontou ele, democratiza a história da cidade, já que a consulta pode ser feita “a todos que quiserem e puderem acessar, de onde quiserem”. Elaborado e organizado pela Comunicação, o hotsite foi desenvolvido pela Diretoria de Informática da CMC, ao longo de 10 meses.

O lançamento também foi prestigiado pelo diretor de Patrimônio Histórico da FCC, Marcelo Sutil; pelo diretor do Arquivo Público Municipal, Rubens Zampieri; pelo Gerente de Digitalização do Arquivo Público Municipal, Fábio Adriano Pessine; por Orlei Leandro, também do Arquivo Público; pela coordenadora de Pesquisa Histórica da Casa da Memória, Maria Luiza Baracho; pela coordenadora do Centro de Documentação da Casa da Memória, Marli Stanczyk; pela chefe de gabinete da Secretaria de Administração e Finanças, Nadia Aleixo; por Lucas Navarro, assessor do prefeito; e por Gabriel Assunção, assessor do vice-prefeito.

O conteúdo
Além do Livro Tombo, com a transcrição feita por Francisco Negrão, o hotsite “Os Manuscritos” disponibiliza outros documentos que contam parte da história da cidade, como todas as solicitações de terras feitas por moradores à Câmara Municipal no ano de 1887; os termos de compromisso dos prefeitos eleitos até 2012 e dos vereadores e suplentes entre 1947 e 1963.

Também foram publicados os projetos de lei que autorizaram, em 1965, a construção da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (no Alto da Glória) e, em 1969, a doação do terreno do Pinheirão à Federação Paranaense de Futebol. Foram produzidos, ainda, vídeos sobre o processo de restauração do Livro Tombo e sobre a importância da preservação de documentos.

 

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