Curitiba vai celebrar, a partir deste ano, o Dia do Futebol Amador. A oficialização da data comemorativa no calendário oficial da cidade foi aprovada pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) na sessão plenária desta segunda-feira (26). A matéria recebeu 26 votos favoráveis e uma abstenção. Além deste projeto de lei, outros quatro constavam na ordem do dia: duas alienações de imóvel público, uma Utilidade Pública Municipal e uma denominação de logradouro público. 

A iniciativa que oficializa o dia 14 de abril como o Dia do Futebol na capital paranaense é de Leonidas Dias (Solidariedade) e tem o objetivo de reconhecer e fomentar o crescimento do futebol amador. A data foi escolhida por ser o dia em que foi realizada a primeira partida de futebol em solo brasileiro da qual se tem registro, em 1895. “Além dos clubes profissionais, que disputam as mais diferentes competições a níveis nacionais e internacionais”, o vereador argumenta que os torneios de futebol amador também “movimentam paixões” e ajudam a fomentar a economia local. 

“Os campeonatos amadores são uma oportunidade para muitos atletas ganharem visibilidade e alcançarem voos maiores, até mesmo no futebol profissional, mudando realidades e dando novas oportunidades. A competição também é uma forma de movimentar a economia da cidade e dos clubes amadores, que sobrevivem anualmente a duras penas, contando com presidentes e diretores abnegados, que muitas vezes tiram dinheiro do próprio bolso para abastecer os caixas dos clubes e manter a estrutura funcionando”, defendeu Dias, na votação em plenário. 

Como principais competições do amador em Curitiba, o vereador citou a Suburbana Série A e Série B – que é realizada há 83 anos –, o Campeonato 60tinha e o 50tinha, além dos torneios de futebol feminino e das categorias de base(005.00192.2023). Organizada pela Federação Paranaense de Futebol (FPF), a Suburbana Série A de Curitiba teve como campeã, em 2023, a equipe Trieste e como vice, a do Novo Mundo. Hoje, 33 clubes amadores de Curitiba estão oficialmente filiados à Federação Paranaense de Futebol. 

“Um estudo desenvolvido pela Consultoria EY, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol, apontou que o esporte movimenta um total de R$ 52,9 bilhões na economia do Brasil, sendo que R$ 37,8 milhões deste valor são de efeitos indiretos, como bares, restaurantes e outros tipos de comércio. Este valor representa 0,72% do total do PIB (Produto Interno Bruto), o que reforça a noção de que o futebol é muito mais do que um esporte, e sim um importante braço da economia local”, complementou o autor. 

Vereadores endossam importância do Futebol Amador para Curitiba

A relevância do esporte para a cidade, e em especial para as comunidades que têm forte ligação com o futebol amador, não foi destacada apenas por Leonidas Dias, mas também por outros vereadores. Para Sidnei Toaldo (PRD), o futebol amador de Curitiba envolve os 75 bairros de Curitiba e a região metropolitana. “A essência [do futebol amador] é o que cada diretoria, cada presidente faz para manter seu clube vivo. O futebol amador é isto, é luta. […] Para manter o futebol amador é complicado, difícil, [requer] recursos, apoio. O futebol amador tem que ser muito destacado.” 

Mauro Bobato (Pode) analisou que a criação da data comemorativa serve para valorizar todas as pessoas que contribuíram para a história do futebol amador da cidade. Já Serginho do Posto (União) lembrou que o esporte é uma “fábrica de talentos”. “A partir dali que o atleta começa a se despertar para o [futebol] profissional”, emendou o parlamentar. 

“O futebol amador é social, é transformação de vidas, é a oportunidade para o jovem que já não tem mais nenhuma oportunidade, mas tem ali a aula de futebol, o apoio psicológico, profissional, e às vezes até o alimento”, atestou João da 5 Irmãos (União). “O futebol amador de Curitiba é o orgulho dos bairros, é a representação das comunidades, é o desenvolvimento social”, finalizou Leonidas Dias. Também participou do debate, em apoio ao projeto de lei, o vereador Rodrigo Reis (União). 

Utilidade Pública à APMF do Colégio Júlia Wanderley é aprovada

Com o mesmo resultado, 27 votos “sim”, o plenário foi unânime ao aprovar, também em primeira votação, o projeto (014.00018.2023) e a emenda modificativa (034.00028.2023) que tratam da concessão da Declaração de Utilidade Pública Municipal à Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) do Colégio Estadual Júlia Wanderley. A iniciativa é do vereador Rodrigo Reis (União) e foi votada sem discussão.

Localizada na rua Vicente Machado, no bairro Batel, a instituição de ensino foi fundada em 1947 e conta com os ensinos fundamental e médio, além de cursos técnicos. Júlia Wanderley recebeu o título de professora normalista em 1892 e foi a primeira mulher nomeada pelo Governo do Paraná para o magistério. Com a Declaração de Utilidade Pública, a associação poderá firmar convênios com o poder público para o repasse de recursos. 

“O colégio estadual é um dos maiores e melhores colégios estaduais não só de Curitiba, mas de todo o Paraná. E a associação faz um trabalho sempre pela melhoria da escola, sempre briga para melhorar o ensino para as pessoas que lá estudam. Por isso, nós fizemos este projeto e agradeço aos vereadores [pela aprovação] em nome de toda a comunidade do Colégio Júlia Wanderley”, disse o autor, ao justificar o voto. 

Como amanhã (27) haverá a audiência pública para a prestação de contas das finanças da Prefeitura de Curitiba e da Câmara, as propostas de lei de Leonidas Dias e de Rodrigo Reis retornam à pauta da próxima quarta-feira (28) em segundo turno.

Votação de nome de rua é adiada para quarta-feira

A pedido do vereador Serginho do Posto (União), o plenário adiou a votação em primeiro turno do projeto de lei para denominar uma rua de Curitiba como José Machado Filho (008.00009.2023). Na justificativa da matéria, o autor explica que José Machado Filho era servidor público municipal desde 1995. O homenageado chegou a ser chefe de gabinete das secretarias do Governo Municipal (SGM) e do Urbanismo (SMU). Faleceu em julho de 2022, por complicações da covid-19. O adiamento foi por duas sessões plenárias e, por isso, o projeto será incluído na ordem do dia de quarta.