Orçamento 2020: prefeitura detalha investimentos para ano que vem
Pela primeira vez em audiências públicas sobre o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) no Legislativo, nesta quarta-feira (30), foi apresentado o detalhamento dos investimentos da Prefeitura de Curitiba para o ano seguinte. Realizada na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), pela Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, a audiência foi presidida por Paulo Rink (PL) e secretariada por Serginho do Posto (PSDB). A realização é uma etapa obrigatória para a votação do projeto da LOA para 2020 (013.00009.2019), prevista para ocorrer no início de dezembro.
Coube a Daniele Regina dos Santos, superintendente executiva da secretaria municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento, apresentar as metas da Prefeitura de Curitiba para o ano de 2020. Sucedendo Rink na tribuna, após o vereador apresentar o resultado da consulta pública da CMC, ela repassou os principais números da lei orçamentária – previsão orçamentária de R$ 9,425 bilhões, com R$ 4,916 bilhões provenientes da arrecadação própria (58%), e destinação total de R$ R$ 1,95 bilhão para a Saúde e R$ 1,58 bilhão para a Educação.
Durante o debate, Daniele Santos respondeu a cinco perguntas da população e a diversos questionamentos feitos pelos vereadores Mauro Bobato (Pode), Ezequias Barros (Patriota), Professora Josete (PT), Professor Euler (PSD), Serginho do Posto (PSDB) e Mauro Ignácio (PSB). Confira a íntegra da sessão no YouTube e a cobertura fotográfica aqui. A superintendente demonstrou a mesma preocupação que o secretário da pasta, Vitor Puppi, em outra audiência realizada na CMC em setembro, quando ele alertou para a queda no repasse do ICMS e os riscos da reforma tributária.
Ao tratar dos R$ 595 milhões de investimentos para 2020, Daniele Santos se mostrou animada. Para ela, a retomada dos investimentos é um sinal da recuperação do equilíbrio das finanças municipais, que estavam comprometidas com dívidas no início da gestão. “O investimento vai subir frente ao que está aqui [demonstrado no projeto da LOA 2020], que é [de quase] 7%”, afirmou, referindo-se à possibilidade de empréstimos junto a instituições financeiras nacionais e internacionais.
Mudando a forma de fazer a apresentação, ela detalhou as obras contempladas como investimento. Seriam a complementação da Linha Verde Norte-Sul, ampliação da capacidade do Inter 2, projeto Bairro Novo da Caximba, 40 km de pavimentação alternativa, 60 obras de circulação viária, 2,3 km de calçadas, 5 km de iluminação pública, 5 obras de drenagem (rios Barigui, Belém, Atuba, Iguaçu e Ribeirão dos Padilhas), implantação ou revitalização de 8 parques e bosques, 10 áreas de lazer, Memorial Paranista no parque São Lourenço, centrais geradoras de energia e 10 ecopontos para recebimento de resíduos da construção civil.
Também a implantação de 4 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e de 1 escola municipal, 2 reformas em escolas e 2 novas quadras cobertas, implantação de 1 unidade de saúde e 3 Espaços-Saúde, reforma nos restaurantes populares da Matriz e do Tatuquara, novo núcleo regional de segurança no Cajuru e CIC, 165 intervenções no trânsito da cidade, 12 obras em equipamentos sociais e 7 em equipamentos de esporte e lazer, revitalização do Palacete Wolf, do CAT Jardim Botânico e da Torre Panorâmica, construção da Rua da Cidadania do CIC e outras ações voltadas ao empreendedorismo e cultura.
Reajuste aos servidores
Diante das perguntas de vereadores e dos sindicatos do funcionalismo, Daniele Regina dos Santos defendeu a proposta de reajuste aos servidores públicos anunciada pelo Executivo, na ordem de 3,5%. “No período [dos últimos doze meses], supera a inflação que foi de 2,89%”, disse. Sobre a reivindicação de 10%, que os sindicatos dizem ser referente aos anos anteriores sem reposição, a técnica da prefeitura não considerou possível conceder o montante.
“Seriam R$ 400 milhões de reais [dar 10%]”, afirmou a superintendente de Planejamento e Finanças. “A folha de pagamento já tem ampliação natural, em função do crescimento vegetativo. Cada 1% [de aumento] é um valor muito significativo, ainda mais quando você sabe que a receita corrente do Município cresceu 0,3%”, afirmou, relativizando a conta feita somente pelos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Embora tenha margem no índice, não quer dizer que possa aplicar”.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba