Oposição critica gastos do Município; líder do prefeito responde
Professora Josete (PT) questionou, na sessão plenária da Câmara de Curitiba desta segunda-feira (23), os recursos municipais utilizados para a publicação de ações do Executivo. A vereadora, que é primeira vice-líder da oposição, citou resposta da prefeitura, a pedido de informações enviado por ela (062.00105.2018) a respeito de dois materiais gráficos distribuídos aos parlamentares durante a prestação de contas da Secretaria Municipal de Finanças, em fevereiro deste ano (leia mais).
Em resposta oficial, a prefeitura informou que o primeiro impresso custou R$ 63.355,20 para a confecção de 200 exemplares. “Cada exemplar custou R$ 317. Para mim, isso é um absurdo”, alertou. Já o segundo produto, conforme informou o Executivo, somou R$ 5.974,50 para uma tiragem de 1.020 unidades. Josete sustentou que concorda com a publicidade para prestar contas à população, “mas num momento em que ouvimos dizer que o Município se encontra em grave crise [financeira], em que a arrecadação não é suficiente para atender as demandas da população, nós deixamos a desejar neste sentido”.
Contrapondo a vereadora, o líder do prefeito na Casa, Pier Petruzziello (PTB), questionou: “Qual o preço da informação e do conteúdo bem elaborado?”. Ele mostrou, na tribuna, um exemplar de informativo do Sismuc (Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba) e disse que ficou “imaginando quanto custa um jornalzinho do sindicato, que tem o prefeito na capa?”. Supondo que este tipo de publicação “deve custar muito mais caro” e que o dinheiro para esse serviço viria do imposto sindical, ele sugeriu ao Sismuc colocá-lo como capa da sua publicação. “Imagina o nosso eleitor quando vir o Pier. Explode voto”, pressupôs. Em aparte, Professora Josete advertiu que os recursos para este tipo de serviço vêm da contribuição individual dos filiados e que entidades como o Sismuc e a APP Sindicato “são contrárias à cobrança do imposto [compulsório]”.
Em relação aos gastos do Município, o líder da oposição, Goura (PDT), concordou com Josete nas críticas ao uso do dinheiro público. “Gastos que não condizem com o Plano de Recuperação” – aprovado pela Câmara no ano passado. O vereador citou ainda a homologação para o fornecimento ao Executivo de 400 refeições que custam entre R$ 78 a R$ 90 por pessoa, num montante de R$ R$ 33.647,50 . No menu exigido em edital estão escalopes de filé mignon, filé de salmão com creme de alcaparras e lasanha ao molho funghi.
“As escolas municipais que servem almoço [têm um cardápio] bem mais humilde”, opinou. Ele defendeu mais “austeridade” da prefeitura com seus gastos internos e sugeriu que o Município passe a utilizar plantas perenes nos logradouros públicos, a fim de diminuir custos como o uso de R$ 560 mil para a produção de flores pelo horto municipal. “O foco da crítica é questionar as prioridades da prefeitura”, concluiu.
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