Oposição critica campanha de separação do lixo; base responde

por Assessoria Comunicação publicado 06/11/2017 12h30, última modificação 21/10/2021 10h48

Propaganda da Prefeitura de Curitiba sobre a separação do lixo, publicada na edição desta segunda-feira (6) do jornal Metro, gerou debate na sessão plenária, nesta manhã. A discussão foi levantada pelo líder da oposição na Câmara Municipal, vereador Goura (PDT), para quem a iniciativa é “muito bacana”, mas “orienta a população ao erro ao falar para separar restos de comida com pilhas e baterias”. Líder do prefeito na Casa, Pier Petruzziello (PTB) pediu “cuidado na questão da interpretação” e defendeu a importância da iniciativa.

Com o mote “Se-pa-re o lixo que não é lixo”, a campanha aponta como recicláveis papel, papelão, plástico, metal, garrafas PET, vidros e eletroeletrônicos. Dentre os não recicláveis, restos de comida; cascas de fruta e vegetais; papel higiênico, papel toalha e guardanapos; espelhos e lâmpadas; esponjas de aço; pilhas e baterias; e cerâmicas e porcelanas.

Para Goura, o conceito adotado, como o personagem Curitibinha, “está parado nos anos 90”. “A semiótica” das informações, avaliou ele, “leva a população ao erro”, ao agrupar resíduos orgânicos, rejeitos como papel higiênico e materiais tóxicos, a exemplo de lâmpadas e pilhas, cuja coleta é diferenciada.“O que chamamos de lixo é a consequência da falta de políticas públicas. O atual sistema não faz mais que enterrar o problema para futuras gerações.”
 
“Não podemos interpretar semiótica de algo. Vou atrás [de informações] com todo o prazer”, rebateu Petruzziello. “Diga-se de passagem, em quatro anos não foi feita nenhuma publicidade deste tema na gestão [passada], a qual apoiei.” O líder da base disse que Goura “poderia ter pego o telefone e ligado” para a secretária do Meio Ambiente, Marilza Dias, ao invés de ir à tribuna, porque ela seria simpática a suas pautas. “Temos que deixar registrada a importância da propaganda de separação de resíduos. Pode ter um equívoco ou outro, mas vossa excelência poderia ter parabenizado a prefeitura pela intenção”, concluiu.

Zeladoria Municipal
Na sequência, a vice-líder da oposição, Professora Josete (PT), também criticou a campanha: “Quando se destaca o que não é reciclável e se mistura papel higiênico, cascas de frutas, esponja de aço, cerâmicas e porcelanas, pilhas e baterias, estamos induzindo a população sim a misturar esses resíduos”. Para a vereadora, o material não passou pelo crivo técnico da secretária municipal do Meio Ambiente ou da pasta, “até porque é uma coisa saudosista, que retoma da década de 90 o Curitibinha”.

“Tem uma coisa aqui da Zeladoria Municipal [uma logomarca, ao pé da página, ao lado da logomarca da prefeitura]. Não conhecia esse setor. Acho importante também que a gente busque mais informações, porque talvez esse seja o setor responsável”, avaliou. Intregrante da base, Ezequias Barros (PRP) respondeu a vereadora: “Zeladoria é o nome que o prefeito tomou para a cidade. Já teve diversos nomes, como Capital Social, e agora é o nome usado pela Comunicação”.

Por fim, Cacá Pereira (PSDC), que se declara independente, opinou que “evidente que tem que fazer [campanhas educativas], a gente tem que louvar”. Ele criticou, no entanto, declaração de Petruzziello à fala de Goura e defendeu a autonomia do Legislativo. “Quando um vereador faz manifestação dizendo que há falhas, há equívocos, com o intuito de melhorar, nós vereadores temos essa autonomia, respaldada pela população. Ele não pode deixar de usar sua autonomia, sua independência.”