ONG Reviver terá Utilidade Pública; Baiana do Acarajé ganha homenagem póstuma

por Fernanda Foggiato | Revisão: Ricardo Marques — publicado 09/09/2024 12h15, última modificação 09/09/2024 13h01
Projetos de lei de Declaração de Utilidade Pública e de denominação foram aprovados na Câmara de Curitiba, em primeiro turno.
ONG Reviver terá Utilidade Pública; Baiana do Acarajé ganha homenagem póstuma

Três projetos de lei foram votados na manhã desta segunda-feira, na Câmara de Curitiba. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Os trabalhos do Centro de Desenvolvimento Humano Reviver foram destacados na sessão plenária da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na manhã desta segunda-feira (9). A ONG Reviver, como a organização é mais conhecida, deverá ser reconhecida com a Declaração de Utilidade Pública Municipal.

O projeto de lei foi aprovado pelo plenário em primeiro turno, de forma unânime, com 24 votos favoráveis (014.00013.2024). A análise definitiva, em segundo turno, será na manhã desta terça (10).

Fundada há 20 anos, a organização sem fins lucrativos atua junto às pessoas em situação de vulnerabilidade social, promovendo a sua ressocialização.

A Reviver fornece assistência em diversas áreas, como suportes à habitação, à saúde, à educação e ao bem-estar emocional das pessoas em situação de vulnerabilidade. Uma de suas ações é o Café da Manhã Solidário, organizado nas imediações do Mercado Municipal de Curitiba.

“Nós temos o grande flagelo que é a drogadição na sociedade, que não atinge especificamente a população em situação de rua, está disseminada em diversas classes sociais, mas está terrível nas pessoas que estão em situação de rua”, pontuou o autor, Angelo Vanhoni (PT).

“Só um conjunto de atitudes pode fazer com que a sociedade se mova, para a gente resgatar a dignidade humana”, complementou. O voto positivo foi justificado por Professora Josete (PT), que defendeu as atividades da ONG e disse esperar que a Declaração de Utilidade Pública traga mais recursos à entidade.

O debate foi acompanhado pelo coordenador-geral da Reviver, Selio de Souza Germano, e por outros voluntários.

Artesã Baiana do Acarajé ganha homenagem póstuma

Também em primeiro turno, com 31 votos “sim”, a Câmara de Curitiba apoiou homenagem póstuma à artesã Maria do Carmo Vargas e Souza, a Baiana do Acarajé, que ficou conhecida nas feiras da capital paranaense. Nascida na cidade de Santo Amaro da Purificação (BA), ela deve batizar a quadra poliesportiva localizada na praça Osório, Centro de Curitiba - logradouro em que são realizadas as Feiras de Artesanato e Gastronomia, quatro vezes por ano.

Maria do Carmo foi convidada, em 1989, para coordenar um grupo de artesãos que participaram, em Curitiba, da Feira Interestadual de Artesanato e Bordados (Fiart). “Ela solicitou que, junto ao artesanato, o estande baiano deveria ter uma baiana com seu tabuleiro de acarajé para divulgar a culinária típica do estado”, explica a proposição (008.00011.2023, com o substitutivo 031.00010.2024).

A partir daí, continua a justificativa da proposta, Maria do Carmo “tornou-se presença obrigatória nas feiras e eventos em Curitiba, com seu acarajé e outras comidas típicas da cultura baiana”, até que ela decidiu mudar-se para a capital do Paraná. A homenageada faleceu em Salvador (BA), em abril de 2020.

O projeto de lei, defendeu o autor, Rodrigo Reis (PL), é muito importante "para uma categoria que faz nossa cidade, que são as feiras". “A Baiana do Acarajé ficou famosa com seu artesanato e seus quitutes, expondo nas feiras em Curitiba, e seus filhos deram continuidade à venda de seus produtos”, explicou.

“Maria do Carmo ampliou seu trabalho social à população vulnerável em Curitiba e no Paraná. Seu trabalho voluntário incluía aulas de culinária baiana nos quilombos do estado”, continuou Reis. “Além disso, por 21 anos, realizou na praça Osório, no dia 4 de dezembro, a festa em louvor a Santa Bárbara, tradição baiana celebrada entre os católicos e os adeptos do candomblé.”

No debate do projeto de lei, Osias Moares (PRTB) declarou apoio à homenagem póstuma. A votação foi acompanhada por Érica Vargas e Souza e Danila Vargas e Souza, duas das filhas da homenageada, além de Maria Aparecida Pereira, Doralice Messias e Raquel Lucena. 

>> Leia também:
CMC admite ajuste em lei para venda de terreno no Boqueirão

Restrições eleitorais